Os policiais militares e bombeiros aceitaram a contraproposta
apresentada pelo governo do Estado, anteontem (19), de um aumento de 18% a
26% no soldo dos praças, entre outras vantagens, e decidiram suspender o
estado de greve que chegou a paralisar alguns quartéis do Estado. A
assembleia dos militares foi encerrada por volta das 20h30, em frente ao
Centro Integrado de Governo (CIG), onde policiais e governo passaram o
dia inteiro em negociações.
Logo depois, representantes do
governo e policiais militares concederam uma entrevista coletiva.
Segundo as contas da secretária de Administração, Alice Viana, a
categoria conquistou um aumento real que varia de 11% a 24%,
considerando a inflação de 6,5%. Pela tabela apresentada pelo governo, o
soldado passará a receber R$ 2.253,20 já a partir deste mês, e o
suboficial, R$ 3.344,39.
Ela destacou ainda a definição da
jornada de trabalho de 40 horas semanais, o adicional de interiorização,
o aumento de 50% para 70% do seguro de vida e o auxílio fardamento, que
será incorporado ao salário. Os pontos que ficaram pendentes serão
concedidos “na medida em que o Estado for adquirindo condições
financeiras”.
A comissão de negociação que será instituída por
decreto, que o governo deve publicar hoje, vai começar a se reunir a
partir de fevereiro, quando os policiais devem realizar nova assembleia
geral da categoria.
Sobre os oficiais, Alice Viana informou que
de imediato eles terão direito aos 70% do seguro de vida e o governo vai
enviar, ainda este mês, para a Assembleia Legislativa, um projeto de
lei para a recomposição do soldo deles.
O comandante da Polícia Militar, coronel Daniel Mendes, garantiu que “não haverá retaliação e nem perseguição aos grevistas”.
Segundo
o secretário de Segurança Pública, Luiz Fernandes, a manifestação dos
policiais militares “antecipou o desejo do governo de melhorar o salário
dos policiais”.
O cabo Francisco Xavier, presidente da
Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e dos Bombeiros do
Pará, disse que “não adianta radicalizar” numa situação em que o governo
se mostra disposto a negociar. “Por que greve?”, questionou. Segundo
ele, “a sociedade precisa da segurança que nós damos para a população e
nós precisamos da dignidade que o governo está nos dando”.
(Diário do Pará)
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