Comandante da PM atribui sensação à impunidade


À frente da Polícia Militar há um ano e quatro meses, o coronel Werisleik Matias avalia o alto índice de medo dos fortalezenses de circular pela cidade como reflexo da impunidade judicial.

O comandante admite que o trabalho da Polícia precisa ser melhorado para reduzir essa sensação de desproteção. “Há um desgaste geral (de imagem das instituições responsáveis por punir criminosos) e não só do sistema de segurança. O medo é a incerteza de punibilidade. Compete a nós nos apresentarmos mais”.
Werisleik revela descrença por parte até de alguns militares. E coloca o homicídio como um dos maiores desafios da Polícia, especialmente pelo fato de, conforme ele, 75% dos casos terem ligação com o tráfico de drogas e envolverem jovens. “Às vezes, o próprio PM diz: ‘pra que prender um menor se semana que vem ele tá solto?’. Temos que aperfeiçoar o nosso trabalho no tocante a diminuir isso”, frisa.
Para ele, notícias de pequenos furtos e assaltos também geram intranquilidade. “Uma saidinha bancária é mais danosa do que um homicídio. Porque traz muita intranquilidade pelo fato de mostrar que você entra no banco e, ao sair, podem lhe abordar com uma arma. Quando é um homicídio, o pessoal sabe que, em geral, é traficante (a vítima) e acha é bom”, pondera. 
O Povo

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