Comandante defende a redução da maioridade penal e revisão das saídas de presos em datas comemorativas
O coronel Roberval França, comandante-geral da Polícia Militar, veio a público defender a diminuição da maioridade penal e pedir a revisão dos modelos de avaliação para concessão de benefício de saídas temporárias aos presos.
A cobrança surgiu após os sucessivos casos de execução de policiais militares e ataques a bases e a ônibus em São Paulo. A ideia é mandar para a cadeia comum menores com idade de 16 anos ou mais. “É necessária uma revisão do nosso aparelhamento legal para maiores garantias ao exercício profissional do trabalho de polícia”, avalia o oficial.
A polícia suspeita que vários crimes foram praticados por menores de idade. Os ataques à polícia em 2012 também têm uma peculiaridade em relação aos ocorridos em 2006. Segundo um policial que investigou os ataques há seis anos, a cúpula do crime organizado falava em conferência telefônica e repassava ordens para fora das cadeias por celulares.
A polícia conseguiu monitorar e gravar várias dessas conversas. Neste ano, o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, afirmou que os serviços de inteligência da polícia não detectaram tais conversas. Um delegado que monitora o crime organizado alertou para a nova forma de comunicação dos criminosos. “O papagaio [responsável pela transmissão da ordem da cadeia] tem feito o serviço no boca a boca. Podem ser presos beneficiados, familiares e até advogados a repassarem o ‘salve’. Os que cumprem a ordem, normalmente, são aqueles em dívida com os chefes do crime”, explica o policial.
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