Valter Padulla | 2 19:50 |
O Eduardo Vieira Cristo me indicou um livro e eu li, esse trecho é para ser lido amanhã (20 de novembro):
Para obter escravos, os quilombolas faziam pequenos ataques a povoados próximos. ”Os escravos que, por sua própria indústria e valor, conseguiam chegar aos Palmares, eram considerados livres, mas os escravos raptados ou trazidos à força das vilas vizinhas continuavam escravos”, afirma Edison Carneiro no livro O Quilombo dos Palmares, de 1947. No quilombo, os moradores deveriam ter mais liberdade que fora dele. Mas a escolha em viver ali deveria ser um caminho sem volta, o que lembra a máfia hoje em dia. “Quando alguns negros fugiam, mandava-lhes crioulos no encalço e uma vez pegados, eram mortos, de sorte que entre eles reinava o temor”, afirma o capitão (holandês) João Blaer”. Consta mesmo que os palmaristas cobravam tributos - em mantimentos, dinheiro e armas - dos moradores das vilas e povoados. Quem não colaborasse poderia ver suas propriedades saqueadas, seus canaviais e plantações incendiados e seus escravos sequestrados”, afirma o historiador Flávio Gomes no livro Palmares.
Não dá para ter certeza de que a vida no quilombo era assim mesmo, mas os vestígios e o pensamento da época levam a crer que sim. Apesar disso, Zumbi ganhou um retrato muito diferente por historiadores marxistas das décadas de 1950 a 1980. Décio Freitas, Joel Rufino dos Santos e Clóvis Moura fizeram do líder negro do século XVII um representante comunista que dirigia uma sociedade igualitária. Para eles, enquanto fora do quilombo predominava a monocultura de cana-de-açúcar para exportação, faltava comida e havia classes sociais oprimidas e opressoras (tudo de ruim), em Palmares não existiam desníveis sociais, plantavam-se alimentos diversos e por isso havia abundância de comida (tudo de bom). ”Nesta bibliografia de viés marxista há um esforço em caracterizar Palmares como a primeira luta de classes na História do Brasil”, afirma a historiadora Andressa Barbosa dos Reis em um estudo de 2004.
Para obter escravos, os quilombolas faziam pequenos ataques a povoados próximos. ”Os escravos que, por sua própria indústria e valor, conseguiam chegar aos Palmares, eram considerados livres, mas os escravos raptados ou trazidos à força das vilas vizinhas continuavam escravos”, afirma Edison Carneiro no livro O Quilombo dos Palmares, de 1947. No quilombo, os moradores deveriam ter mais liberdade que fora dele. Mas a escolha em viver ali deveria ser um caminho sem volta, o que lembra a máfia hoje em dia. “Quando alguns negros fugiam, mandava-lhes crioulos no encalço e uma vez pegados, eram mortos, de sorte que entre eles reinava o temor”, afirma o capitão (holandês) João Blaer”. Consta mesmo que os palmaristas cobravam tributos - em mantimentos, dinheiro e armas - dos moradores das vilas e povoados. Quem não colaborasse poderia ver suas propriedades saqueadas, seus canaviais e plantações incendiados e seus escravos sequestrados”, afirma o historiador Flávio Gomes no livro Palmares.
Não dá para ter certeza de que a vida no quilombo era assim mesmo, mas os vestígios e o pensamento da época levam a crer que sim. Apesar disso, Zumbi ganhou um retrato muito diferente por historiadores marxistas das décadas de 1950 a 1980. Décio Freitas, Joel Rufino dos Santos e Clóvis Moura fizeram do líder negro do século XVII um representante comunista que dirigia uma sociedade igualitária. Para eles, enquanto fora do quilombo predominava a monocultura de cana-de-açúcar para exportação, faltava comida e havia classes sociais oprimidas e opressoras (tudo de ruim), em Palmares não existiam desníveis sociais, plantavam-se alimentos diversos e por isso havia abundância de comida (tudo de bom). ”Nesta bibliografia de viés marxista há um esforço em caracterizar Palmares como a primeira luta de classes na História do Brasil”, afirma a historiadora Andressa Barbosa dos Reis em um estudo de 2004.
Trecho (às fls 47 e 48) do livro GUIA
POLITICAMENTE INCORRETO DA HISTÓRIA DO BRASIL, de Leandro Narloch,
Editora: LEYA, São Paulo, 2009.
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