Fernando Grella Vieira assume a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo com três missões espinhosas e urgentes.
Ele precisa fazer com que a setores da Polícia Civil voltem a
investigar, controlar o que até o governo chama de "excessos da Polícia
Militar" e melhorar o diálogo de sua pasta com entidades da sociedade
civil.
Grella foi procurador-geral do Ministério Público por quatro anos, órgão ao qual pertence desde 1984.
Nomeado chefe da Promotoria pelo ex-governador José Serra em 2008 e
reconduzido ao cargo em 2010, é conhecido por ser discreto e técnico.
"Um diplomata do Ministério Público", disse Serra a aliados, no fim de
sua gestão.
Foi exatamente a fama de conciliador que pesou para que Alckmin o
convidasse para o cargo. O governador aposta em Grella para contornar o
descontentamento de parte da Polícia Civil e fazer a corporação
reassumir os trabalhos de inteligência e combate ao crime organizado.
Também espera que ele consiga melhorar a imagem das polícias junto à
opinião pública, graças à interlocução que acumulou com entidades da
sociedade civil ao longo da carreira. O novo secretário, dizem aliados,
não é dado a polêmicas.
Grella também recebeu a incumbência de botar uma "focinheira" na PM
--o termo está sendo usado dentro do Palácio dos Bandeirantes. Alckmin
teme que seu governo passe para a história como truculento e letal.
Mesmo promotores e advogados aliados de Grella reconhecem que ele não
tem conhecimento sobre o que se passa no submundo da segurança. Também
não é habituado a mediar conflitos com a magnitude dos que rondam as
polícias de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente