Trinta pais de cadetes e alunos do curso de formação de sargentos da Polícia Militar da Bahia protestam em frente a Vila Militar, no bairro de Dendezeiros, na manhã de hoje (terça-feira, 11).
Eles reivindicam a não saída de seus filhos para substituir o efetivo de policiais militares que aderiram ao Movimento "Polícia Legal", alegando que seus filhos não estão preparados para fazer o policiamento ostensivo. Os alunos do segundo ano nunca tiveram curso de tiro e os do terceiro ano praticaram apenas 10 tiros, de acordo com os manifestantes.
O grupo é recebido pelo comandante-geral da PM, Nilton Mascarenhas. O plano de contingência do governo do estado e da PM prevê a saída às ruas de 300 cadetes e 500 alunos para formação de sargentos. Nesta segunda-feira, 10, dois estudantes se feriram quando se preparavam para ir para a rua. Um dos alunos manuseava uma pistola 40, que nunca tinha usado, quando esta disparou, atingindo o próprio estudante e um colega.
Tranquilidade - A reportagem de A TARDE circulou nas ruas da cidade, no começo da manhã desta terça-feira, passando pelo Iguatemi, Bonocô e Dendezeiros e constatou que não há clima de pânico com a possibilidade dos policiais militares não irem à rua e a população mantém a rotina de ir trabalhar e para a escola. A reportagem, no entanto, não avistou policiais militares fazendo o policiamento a pé ou em viaturas. Hoje é o segundo dia do movimento, que na segunda teve adesão parcial.
Especialistas em Direito Constitucional entrevistados por A TARDE disseram que o movimento se configura como greve e portanto seria ilegal. As Associações representativas dos policiais militares dizem que o efetivo só vai trabalhar seguindo a legislação à risca, portanto, não vão sair com coletes à prova de balas vencidos e armamento inapropriado, além de dirigir viatura sem curso para conduzir veículo de emergência, conforme previsto pelo Código de Trânsito Brasileiro.
O Detran anunciou o início do curso nesta quarta, 12. A primeira turma vai atender cerca de 150 policiais e terá carga horária de 50 horas/aula. Neste período, os militares vão ter aulas de Legislação de Trânsito, Direção Defensiva, Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social no Trânsito e Relacionamento Interpessoal.
Negociação - O governador Jaques Wagner disse nesta terça no programa de rádio Conversa com o Governador que está aberto ao diálogo. "Nós podemos conversar, negociar, ir progredindo dentro da corporação. Agora, não podemos abrir mão da autoridade. A sociedade baiana espera e aguarda – porque a sociedade é quem paga o salário de todos os eles – que os policiais não neguem a segurança tão esperada pela população".
O governador diz que vai atender as reivindicações da categoria de curso para dirigir viaturas, ampliação do contingente, aquisição de mais carros e motos, melhorias de infra-estrutura, mas deixa em aberto se vai acatar o pedido de reajuste do salário dos militares de R$1,7 mil para R$4 mil, como pede a categoria.
Fonte: Jornal A TARDE - Salvador-BA
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