Eu sou um jurunense de nascimento.
Quando entro numa sala de aula chego até a falar:
- Sou jurunense de nascimento e casei com uma jurunense. E se tirar sangue do meu braço só dá "Rancho"!
Faço alusão ao sentimento de pertencimento alimentado e consagrado que um (ex) morador manifesta ao seu bairro (Jurunas) e à sua escola de samba preferida: o Rancho Carnavalesco Não Posso Me Amofiná!
Com essa ressalva, quero dizer que um dia desses fiquei triste. Logo no início do ano.
Sei da importância da cultura popular. Sei da importância do carnaval.
Mas, ao saber que foram repassados R$ 2 milhões para as agremiações carnavalescas, fiquei triste.
Não porque as agremiações receberam os recursos financeiros.
Triste pela inversão das prioridades.
Achava este escriba que R$ 2 milhões fariam a diferença se aplicados em projetos sociais e esportivos na Terra Firme, no Guamá, no Jurunas...
E aqueles R$ 2 milhões das agremiações carnavalescas estão por aí, nas ruas, abandonados em ferros retorcidos de arros alegóricos que foram enfeitados para um dia de apresentação.
E as crianças e adolescentes estão lá, na Terra Firme, esperando pelas decisões governamentais de quem quer que seja... na lama, porque nesta época está chovendo.
Em julho estarão brincando na poeira.
E os carnavais vão passando!
Até quando?
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