Perder em nome da paz

Dia desses, eu discuti ideias com um amigo de profissão. Estávamos ao telefone.
Ele tenente-coronel e eu coronel.
Coloquei meu ponto de vista e lhe fiz uma solicitação. Ele parece não ter
concordado muito. Argumentou, argumentou e fincou o pé.
Eu contra-argumentei, mas também compreendi que ele tinha razão no que
dizia. Mas, considerando minha posição hierárquica, talvez tenha sido essa
a razão de seu silêncio. E cedeu. Concordou.
Foi mais de respeito da parte dele. Mas, foi uma aula de humildade.
No outro dia, ele me deu uma grande lição.
Ele me mandou uma mensagem por e-mail que, para mim, foi um dos maiores
aprendizados da minha vida. E eu tenho praticado em casa o
que ele me ensinou. E vou praticar sempre esse ensinamento.
Em nome da paz e em nome da fé em Deus.

Eis a mensagem do meu amigo e agora um de meus mestres:

Saber perder a própria ideia para manter a concórdia ou porque a ideia do
outro é a melhor.
É necessário ter muita humildade para viver desta maneira.
Quando consigo viver assim é como se me libertasse de mim mesmo.
Como se conseguisse a coisa mais difícil de se fazer, renunciar ao próprio 'eu'.

Se para manter a paz entre mim e o outro for necessário doar até mesmo
o meu pensamento, eu o faço.
Como cristão o meu propósito é de amar na medida que Jesus amou. E ele
deu a própria vida.
Diante disto, perder o próprio pensamento é muito pouco. Nada me custa
se o benefício é fazer o melhor e manter a concórdia.
Saber perder por amor. Não por medo ou coação, mas por amor. Assim
vale à pena.