Hoje, ao atravessar uma faixa de pedestre,
dei-me conta das narrativas não-verbais que são repetidas, e confirmadas, a
cada pedestre a atravessá-la, a cada encontro automóvel↔pessoa...
A aproximação é, normalmente, desconfiada,
o indivíduo para, olha atentamente para dois lados e ao avistar um veículo,
ainda que tudo indique que a chegada à faixa possibilite o atravessar, espera sua
passagem, após verificar se não há nenhum risco aparente a área está liberada...
Algumas vezes os pés já tocaram as listras
brancas, mas o tamanho e a invulnerabilidade automotiva impõe uma retirada
(como ilustrado neste link), ou seja, quando o carro avança é melhor voltar à calçada que ser atropelado, e assim, o
pedestre é expulso pela força do carro.
Este cenário do cotidiano das cidades
representa, com muita clareza, as relações diárias de poder, quem tem poder para
ocupar uma determinada área do espaço público urbano, e, quem tem que dar
passagem...
Ao falar em desequilíbrio de poder, num
sistema capitalista, parece que o poder financeiro aflui em primeiro lugar, poder
financeiro para comprar um carro e enfrentar pedestres na faixa... porém
acredito que, neste caso da faixa de pedestre, a força física adquire contornos
de protagonista da ação, ou seja, se manifesta na capacidade de obrigar, pela
força bruta, alguém a fazer algo que não deseja fazer...
Mais uma vez, temos aí na faixa de pedestre,
um embate entre a força do direito e o direito da força, com efeitos imediatos
na segurança e ordem públicas, neste caso e em muitos outros a grande aliada da
comunidade é a EDUCAÇÃO !
http://segurancapublicainterdisciplinar.blogspot.com.br/2013/03/a-faixa-de-pedestre-reflete-praticas.html?spref=fb
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente