Por que o Zé Alagão não dá um pulo ao Santa Marta ?

Do Blog CONVERSA AFIADA, de Paulo Henrique Amorim


Na Zona Leste de São Paulo, o Jardim Romano ainda estava alagado sete dias depois da enchente que o Zé Alagão atribuiu aos pobres.


A Sabesp não sabia abrir as comportas e o Jardim Romano ficou cheio.


O descaso da administração pública ali provocou a indignação do apresentador Chico Pinheiro, da Globo, em São Paulo


(Por que será que o William Bonner não demonstrou – em rede nacional – a mesma indignação do Chico ?)

Como se sabe, pelo menos dois meninos morreram afogados nessa enchente prorrogada do Jardim Romano.

Voltei neste fim de semana ao Morro Santa Marta, em Botafogo, no Rio.

Estive lá um ano atrás, quando se instalou a UPP, Unidade Policial Pacificadora.

Temi que se tratasse de outra experiência de breve duração.

Dessa vez, subi o elevado que, no ponto mais alto, leva à laje em que Michael Jackson gravou um clip.

A pé são uns setecentos degraus.

Encontrei lá a casa do Salvador, que mora no Santa Marta há quarenta anos.

Construiu uma casa de madeira – e se recusava a sair de lá.

Mesmo que estivesse numa zona de perigo.

Me disseram, um ano atrás, que iam tentar convencer o Salvador a reconstruir uma casa mais segura.

Está lá a casa do Salvador, no mesmo lugar de onde ele diz que só sai morto: e agora em alvenaria, com cimento e tijolos.

Encontrei conjuntos residenciais do PAC, em áreas em que, antes, barracos precários não só esperavam a hora de desabar.

E o que mais me impressionou: a coleta do lixo.

O Santa Marta é uma comunidade limpa.

Há lixeira nas ruas,

Garis para todo lado.

A coleta é uma vez por dia.

O lixo desce nuns containers que vão na área de carga do elevado.

Lá embaixo, um caminhão da Comlurb recebia os containers.
Fui gravar uma passagem na tal laje do Michael Jackson e tive que esperar o gari da prefeitura limpar tudo.

O Zé Alagão sabe tudo.

Ele entende de tudo.

Ele é um gênio incompreendido.
Mas, ele se ele vestisse as sandálias da humildade, bem que ele poderia dar um pulo no Santa Marta.

E levar para o Jardim Romano o que aprendeu lá.
As águas de março ainda não chegaram.

Paulo Henrique Amorim
http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/index.php?s=marta

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