Polícia põe a culpa em efetivo reduzido

A Polícia sabe quais os pontos mais perigosos de Fortaleza-CE, mas o efetivo reduzido de policiais prejudica o trabalho nesses locais. Como não há equipe suficiente para cobrir toda a área, os assaltantes acabam encontrando brechas para agir. ``Na hora que o carro da Polícia sai, aquele ponto fica momentaneamente desguarnecido. O assaltante vê que a viatura saiu e age, mesmo sabendo que ela está por perto``, explica o chefe de relações públicas da Polícia Militar, major Marcus Costa. ``Os criminosos estão mais ousados. Muitas vezes, a motivação é a droga``, acrescenta.

É o que pode ter acontecido ontem na avenida Santos Dumont, onde o publicitário Nazareno Albuquerque foi assaltado. Os bandidos encontraram uma brecha para atuar, mesmo após a segurança na área ter sido reforçada. ``Além de mais viaturas, colocamos três motos em cada cruzamento da avenida. Mas é lógico que elas circulam. Não tem como ficarem em um local só``, justifica o comandante de Policiamento da Capital (CPC), coronel Jarbas Araújo.

Mesmo deixando brechas, o patrulhamento móvel ainda é o mais viável, segundo a Polícia. ``Posto fixo com policiais não é recomendado porque deixa o policiamento estático, fica só naquele local. E a gente sabe que o criminoso migra``, lembra o coronel Jarbas. ``Não dá para os policiais estarem em todos os locais com a eficiência que a gente deseja``, reconhece o major Marcus Costa, lembrando que o efetivo, em todo o Estado, é de cerca de 15 mil policiais.

Segundo o major, a Polícia elabora as estratégias de policiamento com base nas estatísticas sobre os crimes. ``Por isso que é importante a pessoa assaltada registrar boletim de ocorrência ou ligar para o 190``, lembra Marcus Costa. O comandante do CPC, coronel Jarbas, defende ainda que ``o cidadão tem que fazer sua parte.`` ``Em alguns casos, a pessoa pode colaborar. Evitar andar em local escuro, sem iluminação ou que seja deserto. Como a demanda é grande, a Polícia não pode estar em muitos locais``, diz. (Tiago Braga)

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