Foi lançado durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (15 a 18 de março) em São Paulo, o Projeto Nacional de Qualidade de Vida dos Profissionais de Segurança Pública. As diretrizes do projeto foram elaboradas em julho de 2009 e basearam-se em pesquisa iniciada no ano de 2008 a respeito do atendimento à saúde física e mental desses trabalhadores.
O lançamento foi realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por meio do Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública. Foi lançado ainda o Guia de Projetos de Atenção Biopsicossocial e Qualidade de Vida na Segurança Pública, contendo a descrição das melhores práticas na área, além de orientações de gestão de projetos nas áreas relacionadas.
Pesquisa
A pesquisa realizada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) constatou que a maior parte das instituições estaduais possui estruturas de atenção à saúde dos servidores, mas elas são incipientes, principalmente no que diz respeito à saúde mental. Seis consultores visitaram 19 estados, levantando dados nos comandos gerais da Polícia Civil, da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros sobre os tipos de programas existentes, sua estrutura, funcionamento e necessidades.
Os pesquisadores identificaram que 96,2% possuem algum tipo de Programa de Atenção à Saúde do Servidor. Os mais freqüentes são de acompanhamento e apoio ao policial e de assistência à família do policial vitimado. Na maioria dos estados, o atendimento psicológico existe, mas configura-se basicamente em atendimento clínico individual. Apenas 58% das instituições visitadas possuem programas de qualidade de vida que envolvam a promoção do atendimento às necessidades dos profissionais, sua saúde, segurança, auto-estima, capacitação pessoal, oportunidades de lazer, esportes e cultura e a valorização do relacionamento da organização com os seus servidores.
Sobrecarga física e emocional
De acordo com a responsável pela pesquisa Tatiana Vasconcelos (especialista em políticas públicas e gestão governamental da Senasp), as condições de trabalho nas instituições de segurança pública acarretam sobrecarga física e emocional nos policiais e as pressões da sociedade por eficiência afetam sua saúde, geram desgaste, insatisfação e provocam estresse e sofrimento psíquico, prejudicando o seu desempenho profissional. "A Senasp vislumbra o Programa Nacional de Qualidade de Vida para a Segurança Pública como um componente estratégico de uma política destinada a diminuir a significativa lacuna na valorização profissional, através de um ambiente promotor de saúde e de cidadania para o servidor da segurança pública com sofrimento psíquico", explica Tatiana, segundo artigo "Falta cuidado com a psique dos policiais brasileiros" de Mariana Lemle.
A major Jesiane Calderaro, da Polícia Militar do Pará, participou do lançamento do GUIA DE AÇÕES "Valorizando o profissional de segurança de segurança pública". A oficial do Pará está muito motivada por esse pocesso que espera seja consolidado em todas as corporações policiais militares no Brasil.
Aliás, nossa PMPA está devendo uma atenção melhor à política de valorização profissional de seus integrantes.
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