Por César Renato*
Será a Paz possível? Essa é uma pergunta importante que todos nós, cada um de nós devemos fazer. A maioria de nós considera a paz como um momento entre duas guerras, uma ausência de violência. A primeira coisa a se pensar, a se fazer é acreditar, acreditar firmemente e profundamente, que a paz é possível. Não apenas a paz no mundo, muito menos a paz para se manter um status quo injusto e desumano,mas sim a paz no coração de cada um de nós.
Mesmo que vivamos em uma sociedade violenta, mesmo lidando com o estresse em nosso dia-a-dia, a paz é possível. Aliás, a paz e a felicidade são (devem ser) incondicionais, independentes de qualquer coisa externa a nós, duas principais atitudes que devemos ter para vivermos em paz: primeiro querer de verdade e, segundo, buscar onde ela realmente está, que é dentro de cada um de nós.
Um exemplo disto é o distrito do Jardim Ângela, região da zona sul de São Paulo, que passou por uma verdadeira revolução. Em 1995, o distrito apresentava uma taxa de 112 homicídios por 100 mil habitantes (índice que subia para 200/100 mil quando calculado apenas sobre a população masculina entre 15 a 25 anos). No fim dos anos 90 foi apontado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como a região mais violenta do planeta?
O passo inicial para mudar este cenário, foi organizar em novembro de 1996, uma Caminhada pela Vida até o cemitério São Luís, com mais de 5 mil pessoas protestando contra a violência e a ausência de serviços públicos na região. No Jardim Ângela, o único braço do Estado que entrava em suas ruas esburacadas e vielas era a Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar, a ROTA da Polícia Militar do Estado de São Paulo, assim como o Poder Público que juntos trabalharam para melhorar as condições de vida da comunidade do Jardim Ângela.
Nem tudo ainda são flores no Jardim Ângela, a violência ainda está presente, mas hoje com 300 mil habitantes o progresso alcançado mostra que é possível sim melhorar as condições de vida nas periferias de São Paulo e nas grandes cidades brasileiras. Desta forma o estado de paz e de tranqüilidade deixará de ser uma aspiração para se tornar uma realidade, quando cada um de nós aprendermos a evoluir conscientemente, porque é a única forma, e não existe outra, de conseguir a verdadeira integridade, de se conhecer o verdadeiro Valor da existência.
Aqui em Belém um movimento parecido já esta sendo apreciado pela juventude paraense, é o “Na Onda da Segurança Cidadã”, uma campanha em favor a prevenção da violência no Estado do Pará. Resulta da parceria entre o Governo do Estado através do (Programa Segurança Cidadã) e a Associação dos Proprietários de Aparelhagens Sonoras do Estado do Pará (APASEPA).
Com direito a uma música composta especialmente para a campanha e vídeo clipe, essa foi à forma encontrada pelo Governo do Estado; Representantes de eventos com festas de aparelhagens e Gestores de Segurança Pública como solução para diminuir os índices de criminalidade nos arredores desses ambientes festivos.Um bom exemplo de êxito do trabalho das recém-criadas Redes Comunitárias de Segurança que, por meio do Programa Segurança Cidadã, dialogam diretamente com a sociedade na busca de soluções mais eficazes para sanar os problemas de segurança pública no Estado do Pará.
Mas precisamos lembrar que a diminuição da violência não ocorrerá enquanto não formos capazes de nos amarmos e, em conseqüência disso, respeitarmos e amarmos uns aos outros. A paz que desejamos não pode surgir da derrota de um dos oponentes ou da preponderância de um ponto de vista, mas é fruto da tolerância e da compreensão, da aceitação do diferente e das nossas próprias diferenças.
Ela nasce de dentro de nós, ganha forma no ambiente doméstico e atinge sua plenitude e maturidade no exercício de atitudes, pensamentos e sentimentos positivos, tanto no âmbito pessoal quanto no social. Ao atingirmos esse estágio, reagiremos espontaneamente e positivamente a qualquer situação difícil, onde cada vez mais serão necessários termos boas soluções ao entendimento mútuo.
O certo meus amigos é que para a edificação da paz futura o respeito deverá presidir todas as determinações, pois quando burlamos a dignidade humana, faltando com o respeito às pessoas, sobrelevam as crises sociais, tão nefastas a nossa sociedade.
Portanto, chego a seguinte conclusão de que: o respeito mútuo entre os povos e entre os homens é o agente ou o fator essencial para reinar a paz, enquanto este existir, todos os caminhos estarão abertos para a busca incessante de soluções aos problemas que possam surgir ao longo de nossa caminhada.
E neste aprendizado, encontro a serenidade em meu coração para que sinta essa sensação de paz que quero para a minha vida e a vida de cada um de nós, sabendo que a verdadeira paz vem do renascer da confiança, do entusiasmo e da fé em si mesmo e no futuro que há de vir navegando na onda da paz
*César Renato é jornalista, radialista, cantor e compositor paraense
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