NÃO É POLÍCIA COMUNITÁRIA. É POLÍCIA INTELIGENTE

Não há mistério em fazer polícia comunitária.
É só cumprir a lei, estabelecer uma relação de confiança com a população, respeitar e promover os direitos humanos e ainda desenvolver uma mudança de cultura interna, que hoje está arraigada em uma postura de extrema reação e também de valores que inflexibilizam as corporações para um modelo mais ágil e mais moderno.
Hoje ainda somos uma polícia que é acionada pelo cidadão, na maioria de seus atendimentos.
A prevenção ainda não é ensinada aos cadetes na Academia de Polícia Militar, como uma postura institucional.
No geral, a visão ainda é de dar "visibilidade" ao policiamento.
Daí que passamos a vida toda estabelecendo procedimentos para nos tornarmos mais "presentes", no sentido de ficar mais visíveis.
Portanto, antes de querermos  fazer acontecer uma base comunitária lá na ponta, ainda será necessário mudar o pensamento institucional, desde o momento da formação.
Fazer polícia comunitária não é simplesmente construir bases de policiamento e pronto.
Fazer polícia comunitária é estabelecer um diagnóstico de determinada área, com seus indicadores e aí, sim, desenvolver ações (policiais e não policiais) para resolver os problemas identificados no território estabelecido.
A setorização do policiamento é, hoje, a forma mais moderna de se fazer polícia comunitária. Quando se estabelece determinado espaço para se policiar, será mais fácil não apenas identificar problemas, mas também encontrar parceiros para a resolução das ocorrências que afligem a comunidade.
Então, é difícil fazer policiamento comunitário?
Na verdade, a resistência que se estabelece é porque essa maneira de se relacionar com a população empodera o cidadão e redunda em controle social.
E controle social não interessa a muita gente...

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