O sono e o trabalho policial noturno

Entre os mais antigos grupos profissionais que trabalham em sistemas de turnos, encontram-se os dos serviços de saúde, dentre os quais os enfermeiros e os auxiliares de enfermagem.
Vários estudos foram realizados para avaliar as conseqüências do trabalho em turnos no ciclo vigília-sono dos trabalhadores da área da saúde.

Foi relatado que pode haver prejuízos à saúde do trabalhador deixando seqüelas, quer seja nos aspectos psíquicos, físicos, emocionais, quer seja nos seus aspectos sociais, familiares e interpessoais. O sono desempenha importante papel na fisiologia de diversos sistemas. A privação do sono ocorre com freqüência em situações de trabalho, particularmente o trabalho em turnos, nas doenças do sono, nos transtornos de ansiedade e depressão e na presença de estresse inevitável.

A espécie humana, como muitas outras, organiza suas atividades segundo um ciclo de 24 horas. O sono desempenha importante papel na fisiologia de diversos sistemas. O estresse ligado ao trabalho noturno resulta de três fatores gerais: desincronização do ritmo circadiano, alteração da vida social e familiar e privação do sono. Estes fatores podem interagir para produzirem os efeitos prejudiciais sobre o bem-estar geral, psicológico e físico, do trabalhador noturno. Dormir durante o dia é extremamente desfavorável devido à não adaptação dos ritmos biológicos.

A fadiga aguda ou crônica produzida por muitas horas de trabalho, associada à privação ou redução significativa das horas de sono, são os principais fatores que influenciam no desempenho do indivíduo. Nos casos dos policiais dormindo em serviço este fato está sendo rotineiro nas escalas do programa Ronda do Quarteirão.

A Polícia Militar do Ceará, através de um oficial, afirma em matéria divulgada: "que atitudes como essas não serão aceitas. O policial é pago para trabalhar em prol da sociedade. Quem não se adequar vai sair”. Já o presidente da Associação do Militares, Flávio Sabino, afirma que a escala atual de três dias de trabalho noturno por um de folga é insuportável.

O que fazer? Continuar esta escala desumana e prender todo o efetivo que fatalmente não resistirá aos anseios do organismo? Reorganizar a escala em base científica e humana? Ou continuar na verdade absoluta? As autoridades constituídas devem apresentar uma resposta calcada na dignidade da pessoa humana, ou será que o militar não é humano?"

(Fonte: Via e-mail de José Ananias Duarte Frota - Coronel da reserva. Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará - 2003 a 2006.

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