Brasil tem recorde de policiais em missões de paz

Lis Horta Moriconi Trinta e um fardados, e entre eles, três mulheres. Nenhum deles é militar, mas todos são membros de missões de paz das Nações Unidas. Eles representam um número recorde de policiais enviados pelo Brasil para fazer parte de operações de paz da ONU fora do país em 2010 e vêm de várias partes do país: São Paulo, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amazonas, Bahia e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal.“Desde os anos 90 que o Brasil não enviava tantos policiais para fazerem parte de missões da ONU. Este momento é muito importante”, diz Eduarda Hamann, sub-coordenadora de Operações de Paz do Viva Rio. Especialista em Relações Internacionais, ela publicou recentemente um estudo sobre a participação latino-americana em missões de paz das Nações Unidas e acredita que a atual conjuntura pode significar que o Brasil está interessado em assumir um papel de liderança crescente nesta área.

Os policiais começaram a ser integrados às missões de paz das Nações Unidas na década de 1970, mas sua presença só cresceu em número mesmo partir dos anos 1990. “Há 30 anos, ser enviado em tropas da ONU para missões de paz significava proteger zonas neutras em áreas de conflito. Mas após as tragédias na Somália, Ruanda e Bósnia, a ONU começou a reconhecer a natureza dos problemas de segurança de outra forma. Hoje, suas missões em zonas de conflito também dão apoio a processos eleitorais, conferem estabilidade, defendem a garantia dos direitos humanos e treinam forças policiais locais”, enumera Eduarda. Para ela, essas novas funções abriram espaço para a entrada de policiais.

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