“Não se pode fazer policiamento e prevenção da criminalidade sem a parceria da sociedade, da comunidade. Essa nova filosofia tem muito a ver com a questão da polícia numa sociedade democrática. A polícia trabalha articulada com a comunidade, voltada para a ideia de serviço público, para a questão de proteger as pessoas de ameaças ou agressão de criminosos. É essa filosofia que pretendemos que exprima todas as modalidades de policiamento.”
A declaração reflete o discurso atual das autoridades de segurança pública, mas foi feita em 1992 pelo então comandante geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira, numa entrevista à Revista do Clube de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
Formado em filosofia e psicologia, em suas duas gestões no Comando da PM – de 1982 a 1986 e de 1990 a 1994, durante os governos de Leonel Brizola - ele se imbuiu em mudar a doutrina da corporação para torná-la uma polícia cidadã. Intelectual humanista e precursor da defesa dos direitos humanos, morreu assassinado com um tiro no olho em 1999, aos 59 anos, num episódio jamais devidamente esclarecido.
Para difundir os ideais e o legado do Coronel Nazareth Cerqueira, hoje tão prementes, o Núcleo de Identidade Brasileira e História Contemporânea da Universidade do Estado do Rio de Janeiro lançou o livro "O Sonho de uma Polícia Cidadã: Coronel Carlos Magno Nazareth Cerqueira", uma antologia de textos de sua autoria e depoimentos de amigos e companheiros de trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente