Irreverência marca Carnaval da cidade de Vigia

Uma movimentação estranha toma conta do município de Vigia de Nazaré na segunda-feira de Carnaval. Homens se maquiam no meio da rua, colocam salto alto, ajeitam o vestido, sem esquecer, é claro, da peruca. Já as mulheres são vistas com calção de futebol, barba desenhada no rosto, bigode postiço e boné na cabeça para esconder o cabelo. 
Toda a preparação é para participar dos blocos mais famosos de Vigia: Virgienses e Cabraçurdos. No bloco das virgienses, não entra mulher, apenas homens vestidos de mulher. No dos Cabraçurdos é o contrário.

A cidade de Vigia de Nazaré, distante 77 km da capital paraense, tem pouco mais de 50 mil habitantes e costuma receber nesse período um número muito grande de pessoas. Até o último domingo (6), a estimativa do Corpo de Bombeiros era que mais de 200 mil pessoas já haviam passado pelo município desde sexta-feira. Somente nesta segunda-feira (7), pelo menos 40 mil pessoas haviam passado pela barreira policial na entrada da cidade.

Para garantir a segurança dos foliões, o policiamento foi reforçado com 112 homens da Polícia Militar e 30 homens do Corpo de Bombeiros. "Até agora o maior problema que estamos tendo é com o excesso de bebida, a altura dos sons que tem extrapolado o limite permitido e os ambulantes que impedem a passagem dos pedestres", disse o Capitão da PM Odiney. Segundo o tenente do Corpo de Bombeiros, Joelson Matoso, casos de coma alcoólico, desmaios e cortes foram os mais comuns durante os dias de folia no município.

Oito agentes do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), também estão no local trabalhando na fiscalização, orientação e organização do trânsito. "Temos autuado muito, principalmente na questão do excesso de passageiros e falta do uso do cinto de segurança", disse Leonan Silva, coordenador da operação do Detran.

Bruna Campos - Secom