Na vida real, alguns conhecidos; na virtual, centenas de amigos.
Campo Grande/MS - A
associação de menores pela internet em Campo Grande vem chocando a
opinião pública em razão de práticas criminosas adotadas como estilo de
vida de alguns grupos de adolescentes.
Há algumas semanas, a Polícia Militar realizou, pela primeira vez,
monitoramento em redes sociais de jovens da Capital e conseguiu
identificar infratores que colaboraram com o arrastão promovido nas
imediações de um shopping da cidade, localizado na Avenida Afonso Pena.
O grupo relacionava-se por rede social e marcou os assaltos por meio da
ferramenta. Mais recentemente, uma mãe percebeu o comportamento
estranho da filha, de 12 anos, e descobriu um clube do sexo que
concentrava informações também em comunidade virtual chamada “Congresso
do Bulimento”.
“Eles usam a internet de lá, e nós de cá”, resumiu o comandante da
Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Carlos Alberto David dos
Santos. A ação de inteligência para rastrear os jovens que combinaram o
arrastão no shopping será, a partir de agora, usada como mais uma
ferramenta de ação da polícia. “Vamos colocar a internet como nossa
aliada na repressão do crime. Não há como desprezar a tecnologia,
principalmente quando o assunto é comportamento de adolescentes”,
aponta.
As investigações a respeito do arrastão promovido no shopping correm em
segredo. O centro de monitoramento da Polícia Militar de redes sociais
também é ferramenta sigilosa. “Posso dizer que incorporamos esta prática
a partir do episódio do arrastão e vem dado certo”, comenta o
comandante.
Outra ação na internet, o clube do sexo, foi descoberto por uma mãe que
passou a suspeitar do comportamento da filha que “queria transformar-se
em mulher de uma hora para outra”, segundo relatou ao Correio do
Estado. “Ela queria usar roupas sensuais”, pontuou sobre o comportamento
da filha.
Intrigada, a mãe chegou ao clube em meio a uma sessão de orgia, onde
inclusive estava a filha que perdeu a virgindade no local. Reuniu as
informações e levou a polícia, que durante as investigações identificou a
comunidade na internet. Fotos e frases que mencionam a atividade sexual
e consumo de drogas estavam postadas no endereço virtual.
Primeira vez no judiciário
São bastante comuns em tribunais de júri, casos de maiores que aliciam menores para a prática do crime, ou mesmo fazem deles vítimas, principalmente, de exploração sexual na internet; no entanto, a associação de adolescentes para a ação criminosa é algo que vem preocupando até o judiciário.
São bastante comuns em tribunais de júri, casos de maiores que aliciam menores para a prática do crime, ou mesmo fazem deles vítimas, principalmente, de exploração sexual na internet; no entanto, a associação de adolescentes para a ação criminosa é algo que vem preocupando até o judiciário.
“Muitas vezes as provas que atestam a violência são mensagens trocadas
pelos computadores”, informa a juíza da Infância, Adolescência e do
Idoso, Katy Braun, que também está respondendo pela vara de atos
infracionais.
Mas, os primeiros casos de associação de menores para o crime, em Campo
Grande, também estão chegando no judiciário neste ano. “Não há como
escapar da tecnologia e os jovens descobriram essa ferramenta para a
prática criminosa”, observa a juíza, que emenda. “Antes, víamos muitos
casos de jovens que apareciam como vítimas de violência, pornografia;
mas agora eles também são responsáveis por promover essas ações”,
continua.
Os dois casos, tanto do arrastão promovido no shopping, quanto o clube
do sexo, foram relatados pela polícia civil e já estão no judiciário.
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