Alguns corajosos jornalistas já desafiaram ordens da corte e chegaram a
ser presos para manter o compromisso ético de confidencialidade das
suas fontes. No entanto, na medida em que se torna cada vez mais fácil
grampear telefones e rastrear computadores, a segurança das fontes
anônimas depende não apenas da ética dos profissionais de imprensa, mas
de suas habilidades computacionais, observa Christopher Soghoian,
especialista em privacidade e vigilância governamental da Universidade
de Indiana, em artigo no New York Times [27/10/11].
Infelizmente, diz Soghoian, segurança operacional de computadores ainda
não é disciplina da maior parte das faculdades de jornalismo e práticas
de segurança fracas continuam a ser utilizadas nas redações.
Informações confidenciais ainda são enviadas por meio de linhas
telefônicas regulares, e-mails ou mensagens de texto de celulares – que
são facilmente interceptáveis. Poucos jornalistas usam ferramentas de
comunicação seguras, mesmo as disponíveis e fáceis de serem usadas.
Funcionários do governo geralmente tentam fazer com que jornalistas
revelem suas fontes por meio de intimações. No entanto, em algumas
situações isto não é sequer necessário, porque as fontes já se expuseram
por conta de troca de informações sem o devido cuidado. Há, ainda, o
monitoramento ilícito por parte do governo americano e de outros países.
Há alguns meses, o ministro de Interior da França, Claude Guéant,
admitiu que agências de inteligência obtiveram listas detalhadas de
telefonemas feitos por um jornalista do Le Monde. Isto permitiu
a identificação de uma fonte do governo que revelou informações
confidenciais sobre uma investigação sobre a bilionária Liliane
Bettencourt.
Leia mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente