Polícia comunitária não é enfeite

Engraçado que todo policial que se aproxima para tratar algum assunto comigo sobre Segurança Pública, reporta-se à filosofia de Polícia Comunitária.
O que é interessante, no entanto, é que todo comentário conduz meus interlocutores a falarem de um projeto social, principalmente na área esportiva, quando normalmente se atribui a um policial bem relacionado com a comunidade, a tarefa de juntar uns trinta meninos e fazer uma escolinha de futebol.
O mais intrigante é que nós, multiplicadores de Polícia Comunitária, nunca falamos que fazer projeto esportivo significa fazer polícia comunitária. Ao contrário, esse papel não é da polícia.
A polícia, como ferramenta do cidadão e da comunidade, é mais um esforço para identificar os problemas locais.
A polícia deve continuar fazendo seu papel constitucional e a política de esporte deve ser dessenvolvida por outra pasta, do município ou do estado.
Fazer polícia comunitária é algo muito mais amplo, mas cada um deve fazer o seu papel.
O que se precisa, na comunidade, é que a população, organizada, possa dizer aos órgãos públicos quais são os seus problemas.
Cabem às políticas públicas oficiais o desiderato de tratar as questões elencadas pela comunidade com os remédios adequados, nas doses que os orçamentos lhe permitem, mas com informações de qualidade, sendo estas produzidas até pelo próprio policiamento local.
Mas, é preciso tratar a filosfia com seriedade e não como enfeite de relações públicas para dar uma de bonzinho.
Polícia comunitária é feita por polícia inteligente.
Alguém duvida aí?

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