Trotes ao 190 caem 35% no Grande ABC

O número de trotes diários recebido pelo Copom (Centro de Operações da Polícia Militar) do Grande ABC nos três primeiros meses do ano caiu 35% em relação ao mesmo período de 2011. Além disso, a média de ligações atendias por dia aumentou 8%. A corporação atribiu a queda às mudanças no sistema 190.

De janeiro a março de 2010, o Copom Grande ABC atendeu média de 6.500 chamadas por dia, das quais 2.000 (cerca de 30%) eram trote. Neste ano, a média é de 7.000 ligações diárias, com 700 trotes (10%).

Segundo o tenente Rafael Serpa Boni, comandante do Copom ABC, além do trabalho de conscientização feito com crianças e adolescentes em ações específicas, a queda pode ser justificada pela nova orientação passada aos 12 policiais que se revezam no atendimento. “O 190 é o número de confiança da população”, disse. Por isso, ligações que antes eram ignoradas, passaram a ser atendidas como SOP (Serviço de Orientação ao Público), onde dúvidas dos cidadãos são respondidas.

“Muita gente ainda liga para o Copom para reclamar do serviço do seu celular. Antes, essa ligação era encerrada e considerada trote. Hoje, passamos o contato da operadora e indicamos como ela deve proceder. O policial tem de entender que presta serviço de auxílio ao cidadão”, completou Serpa.
Segundo o recém-nomeado comandante-geral da Polícia Militar, coronel Roberval Ferreira França, os atendentes do Copom são treinados para identificar as intenções de cada ligação. “Existe todo um roteiro para saber se é ou não trote. Os dados fornecidos ajudam a gente desenvolver o plano de atuação”, explicou.

Com a adoção do SOP e cientes de que o 190 é o número emergencial mais conhecido pela população, a Polícia Militar da região vem atendendo mais ocorrências de médicas. Apesar de não haver contagem oficial, engasgamento de crianças é um dos problemas mais comuns. Uma cartilha de primeiros-socorros fica à disposição dos atendentes para orientação ao cidadão.

“Apenas 20% das ligações ao Copom geram despacho de viaturas ao local da ocorrência. O restante é resolvido em caráter de urgência por nós e depois encaminhamos o pedido de socorro ao órgão responsável, seja Bombeiros ou Samu (Serviço Atendimento Médico de Urgência)”, apontou o chefe da corporação paulista.

Roberval explica que não há risco do centro de atendimento acabar sobrecarregado. Graças à tecnologia, é possível que os Copons da Capital e Baixada Santista absorvam parte da demanda do Grande ABC. “Eles têm todas as informações integradas. Por isso, quando a ligação ao 190 é feita de telefone fixo com informações desbloqueadas, automaticamente surgem na tela informações como nome e endereço completo”, completou.
Região responde por 5% do total de chamados no Estado
O Grande ABC é responsável em 2012 por 5% das ligações feitas ao Centro de Operações da Polícia Militar. Ao todo, são recebidos média de 7.000 chamados dos 150.000 que a corporação atende diariamente no Estado. O número só é menor que o da Capital, que tem cerca de 30.000 telefonemas por dia. “Em um mês a Polícia Militar ajuda aproximadamente 4,5 milhões de pessoas. Isso significa que em nove meses toda a população de São Paulo já recorreu ao Copom”, pondera o coronel Roberval Ferreira França.

Para dar conta dos chamados da região, a meta estabelecida pelo tenente Rafael Serpa Boni é de 45 segundos do toque ao atendimento. Nos horários de pico, manhã e fim da tarde, 12 homens pessoas ficam responsáveis pelo serviço. São eles que fazem a triagem para o despacho ou não de viaturas. Em média, cada policial atende de 300 a 350 ligações diárias.

No despacho, são seis policiais, cada um responsável por um batalhão o Grande ABC. São eles os responsáveis pela comunicação entre Copom, a sede da área e a viatura responsável pela ocorrência.
“A responsabilidade de pedir reforços, apoio aéreo, outros tipos de estratégias e coordenação de ação é do 190”, explicou Serpa.

As ocorrências são divididas e têm prazo para ser atendidas. As de caráter urgente, que apresentam
risco à vida, precisam de retorno em até dois minutos. As de rotina podem chegar a quatro minutos. Os alertas de casos já ocorridos, como furtos de carros, são as únicas que permanecem no sistema, pois não tem prazo exigido para averiguação.

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