As verdades que a imprensa engajada tenta omitir.
Ou: 100 mil jornalistas seriam, no conjunto, mais decentes do que 100 mil policiais?
Por Reinaldo Azevedo
O coronel
Roberval Ferreira França, comandante-geral da Polícia Militar do Estado
de São Paulo, divulgou uma carta no Facebook que tem apenas um defeito.
Embora seja a voz de seu comandante-geral, o texto deveria estar ainda
mais claramente caracterizado com a voz da instituição. Tem de ser um
documento oficial da PM. O texto é tão esclarecedor, diga-se, que
poderia vir assinado também pelo secretário de Segurança e pelo próprio
governador do estado. Leiam. Volto em seguida.
Carta ao Povo de São Paulo e do Brasil
A Polícia
Militar defende e protege 42 milhões de pessoas que residem no estado de
São Paulo. Para quem pergunta se a população confia na Polícia, os
números falam por si: no último ano, atendemos a mais de 43 milhões de
chamados de pessoas pedindo ajuda, socorro e proteção; realizamos 35
milhões de intervenções policiais, 12 milhões de abordagens, 310 mil
resgates e remoções de feridos e 128 mil prisões em flagrante (89 mil
adultos e 39 mil “adolescentes infratores”); apreendemos 70 toneladas de
drogas e mais de 12 mil armas ilegais; recuperamos 60 mil veículos
roubados e furtados. De janeiro a junho, a população carcerária do
estado cresceu de 180 mil para 190 mil presos, o que representa 40% de
todos os presos do Brasil.
O estado
de São Paulo ocupa o 25º lugar no Mapa da Violência 2012, publicado em
maio pelo Instituto Sangari e registra hoje uma taxa de 10
homicídios/100 mil habitantes, uma das mais baixas do país. Só para
ilustrar, o Rio de Janeiro registra a taxa de 30 homicídios/100 mil
habitantes, e Alagoas chegou à impressionante taxa de 73 homicídios/100
mil habitantes. Tudo isso parece incomodar muito algumas pessoas, que
tentam, por várias medidas, atacar e enfraquecer uma das mais bem
preparadas e ativas polícias do nosso país. Essas pessoas ignoram muitos
fatos e verdades. Neste ano, tivemos mais de 50 policiais militares
assassinados covardemente e temos hoje mais de 5 mil policiais militares
que ficaram inválidos na luta contra o crime.
Mesmo
assim, não iremos nos acovardar. A Polícia Militar de São Paulo
continuará sendo a força e a proteção das pessoas de bem que vivem em
nosso Estado. Como policial, tenho orgulho de fazer parte dessa grande
instituição e, como comandante, tenho orgulho dos 100 mil profissionais
que trabalham comigo na luta contra o crime.
Peço a todas a pessoas de bem que acreditam em nosso trabalho que divulguem essa carta.
Muito obrigado!!!
Roberval Ferreira França
Coronel PM
Comandante Geral
Coronel PM
Comandante Geral
Voltei
Considero um dever passar essa carta adiante e tornar públicos os números sobre a atuação da Polícia Militar, que são, como pude apurar, verificáveis porque devidamente registrados. Notem: além do combate ao crime, nada menos de 310 mil resgates e remoções de feridos. Não há instituição no Brasil desse porte. Aliás, duvido que haja coisa igual no mundo.
Considero um dever passar essa carta adiante e tornar públicos os números sobre a atuação da Polícia Militar, que são, como pude apurar, verificáveis porque devidamente registrados. Notem: além do combate ao crime, nada menos de 310 mil resgates e remoções de feridos. Não há instituição no Brasil desse porte. Aliás, duvido que haja coisa igual no mundo.
Essa
polícia tem problemas? Tem, sim! Mas também se apresenta, com muita
frequência, como a solução. O coronel faz muito bem em chamar a atenção
para os números, que indicam não só uma segurança pública sob controle
como uma evidente melhoria no atendimento. Não obstante, estão tentando
massacrá-la. Há uma soma infausta de esquerdismo bocó, eleitoralismo
rastaquera e, infelizmente, bairrismo — anti-São Paulo!!! — que tenta
transformar uma instituição virtuosa numa espécie de estorvo.
A
determinação de um procurador da República, apaixonado pelos holofotes,
de pedir o afastamento do comando é, em si mesma, uma indignidade e, ela
sim, uma violência com o povo de São Paulo.
O crime
existe? Existe! Está aí! Tem de ser combatido. A PM faz a sua parte. E o
faz com mais eficiência do que suas congêneres na esmagadora maioria
dos outros estados, inclusive naqueles que teriam motivos para ter menos
problemas na área de Segurança Pública. Uma corporação de 100 mil
homens está, no entanto, sujeita a problemas, especialmente quando lida
com o crime e reúne pessoas armadas? Ora, esse é um dado estrutural das
forças policiais no mundo inteiro, mesmo nos países mais socialmente
justos do que o Brasil.
Houvesse
cem mil jornalistas no país, teríamos, entre eles, bandidos infiltrados.
Aliás, existem penas de aluguel — uma forma de jaguncismo com as letras
— em grupo bem menor do que esse, não é mesmo? Reúnam-se 100 mil
professores, 100 mil padres, 100 mil pastores, 100 mil ongueiros, 100
mil procuradores da República, 100 mil defensores públicos… Na verdade,
dividam esses grupos todos por 100, fiquemos com mil de cada categoria, e
vamos avaliar a moralidade média.
A PM tem
combatido tanto os seus bandidos como os excessos daqueles que, não
sendo bandidos, erram gravemente no seu trabalho. Qual dessas
corporações pune imediatamente o “companheiro” por uma falha grave no
trabalho?
Respondam àquilo que escrevo
Alguns reclamam: “Você não está publicando críticas ponderadas à PM nos comentários”. Algumas estão sendo publicadas. Recuso aquelas que respondem àquilo que não escrevi. E eu não escrevi em nenhum momento que devemos aplaudir os índices de violência de junho. Mas eu escrevi, sim, que, tudo o mais constante (e a tendência é que não seja), São Paulo ainda estará na rabeira da violência. Isso eu escrevi. Por que não contestam? Eu escrevi, sim, que, se os índices de violência do Brasil fossem os mesmos de São Paulo, quase 30 mil vidas seriam poupadas por ano. Por que não me contestam? E eu NÃO ESCREVI que a PM agiu certo no caso daquelas duas mortes. Logo contestar-me nisso é uma estupidez e uma ociosidade.
Alguns reclamam: “Você não está publicando críticas ponderadas à PM nos comentários”. Algumas estão sendo publicadas. Recuso aquelas que respondem àquilo que não escrevi. E eu não escrevi em nenhum momento que devemos aplaudir os índices de violência de junho. Mas eu escrevi, sim, que, tudo o mais constante (e a tendência é que não seja), São Paulo ainda estará na rabeira da violência. Isso eu escrevi. Por que não contestam? Eu escrevi, sim, que, se os índices de violência do Brasil fossem os mesmos de São Paulo, quase 30 mil vidas seriam poupadas por ano. Por que não me contestam? E eu NÃO ESCREVI que a PM agiu certo no caso daquelas duas mortes. Logo contestar-me nisso é uma estupidez e uma ociosidade.
Eu estou
preparado para discutir com pessoas que têm pensamento lógico e que se
apegam aos fatos, não aos preconceitos. Eu estou preparado para discutir
com pessoas que entendem que o papel da Polícia Militar é,
principalmente, reprimir o crime, e não se dedicar a especulações sobre a
justiça ou injustiça social, que é outro departamento. E não que a PM a
tanto não se dedique: 310 mil resgates e remoções num único ano são uma
prova de dedicação ao outro.
Essa PM
tem de melhorar? Tem, sim! Mas, se o senhor Gilberto Dimenstein decreta a
“calamidade” num estado com esses números, o que ele tem a dizer sobre o
resto do país. A taxa de homicídios do Brasil, excetuando-se São Paulo,
é quase o triplo da do estado. E o que diz esse valente? Vai decretar a
falência do país? Ora, tenham a santa paciência!
Parabéns
ao comandante-geral pelo texto. Que seja mesmo reproduzido estado e
Brasil afora. Não é a primeira vez que o crime procura um alinhamento
objetivo com a política e com a imprensa — procurem o que quer dizer
“alinhamento objetivo”; não se trata, necessariamente, de uma
conspiração — para fazer a pauta e, assim, tentar impor a sua vontade.
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