Silêncio sobre concurso da PM cancelado na Bahia

Os inscritos no concurso para Admissão no Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar (CFO-PM), cujo edital para 300 vagas foi cancelado na terça-feira, estão à deriva. Até o fechamento desta coluna, as três instituições envolvidas no processo seletivo (PM, Consultec e Uneb) não tinham publicado sequer uma nota nos seus sites informando o motivo da suspensão e quando e como o valor da taxa de inscrição será devolvido.
Quem procurou ontem uma informação através da central de atendimento da Uneb (0800 071 3000), que é responsável pelas inscrições, se surpreendeu com a informação de uma das atendentes: “Eu vi no jornal dizendo que a PM está estudando uma forma de devolver o valor pago. Até agora não fomos informados de nada”.
Através da assessoria de comunicação, a universidade informou que só vai falar sobre o assunto depois que a PM se posicionar. A PM, também por intermédio de sua assessoria, manteve o discurso de que ainda não há uma data para publicação de um novo edital e que a forma de ressarcimento será divulgada em breve.
Em nota, a Consultec informou que não é responsável pela restituição da taxa de inscrição, desmentindo a informação dada pela PM. O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPMBA), tenente-coronel Edmilson Tavares, disse que ficou surpreso com o cancelamento do concurso. “A gente ainda não sabe o motivo, mas uma coisa é certa: a estrutura da academia não comporta essa quantidade de vagas”.
Segundo ele, nos últimos anos a oferta para o CFO-PM não ultrapassou 200 vagas. O especialista em concursos públicos Valdir Santos não concorda com essa tese. “Se eles conseguem formar três mil soldados de uma vez, por que não conseguiriam formar 300 oficiais?”, questiona. Apesar de discordar do tenente-coronel, ele acredita que a redução do número de vagas possa ser o motivo do cancelamento do edital. “Eles estão querendo reduzir o efetivo, sobrecarregando os que estão trabalhando hoje. Isso, consequentemente, vai fazer com que a qualidade do serviço caia. Mais uma vez a população vai ser penalizada”, disse.

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