Do Blog A PERERECA DA VIZINHA
Belém merece um segundo turno entre Edmilson Rodrigues e Zenaldo Coutinho.
Edmilson e Zenaldo, ou Zenaldo e Edmilson, como vocês preferirem, são dois grandes candidatos.
Dois cidadãos de seu tempo; dois sujeitos realmente comprometidos com a sociedade em que vivem.
Dois companheiros que realmente fizeram por merecer o respeito de todos nós.
Dois homens públicos com uma vida limpa – e a maior prova disso é a inegável compatibilidade entre aquilo que possuem e os ganhos que obtiveram ao longo da vida.
Penso, também, que a presença desses dois grandes cidadãos no segundo turno dá a Belém uma oportunidade ímpar: a possibilidade de realmente discutirmos ideias, projetos, caminhos, para a cidade mais humana que todos almejamos.
Edmilson e Zenaldo, ou Zenaldo e Edmilson, realmente acreditam – e com enorme paixão – naquilo que defendem.
E é esse o primeiro ganho, pra nós, sociedade: não estaremos diante de dois farsantes ou demagogos. Mas diante de dois homens públicos que levaram toda uma vida a amadurecer um ideário.
Além disso, Edmilson e Zenaldo ou Zenaldo e Edmilson, sabem fazer política daquela maneira que realmente dá tesão: no gogó, na gastação de cuspe, no convencimento.
De sorte, caros leitores, que a se confirmarem os prognósticos das pitonisas de plantão, teremos um segundo turno pra ficar na História.
Serão duas ou três semanas para conquistar corações e mentes da forma mais bela que há: pela palavra, pela cumplicidade de ideais.
E nós, os habitantes de Belém do Pará, terra do maior movimento social de todos os tempos, merecemos isso, sim.
É claro que preferiria que, no segundo turno, estivessem Alfredo Costa e Zenaldo Coutinho.
Afinal, faço parte dessa massa de brasileiros que elegemos tucanos e petistas como os melhores quadros políticos que já conseguimos parir (embora, é verdade, às vezes nos causem tanta vergonha, mas tanta vergonha que sentimos é vontade de afogá-los...).
Também nunca tive grande simpatia por Edmilson, pela metodologia de Edmilson.
Votei em Edmilson na primeira eleição dele, como boa parte dos tucanos e petistas de Belém. Mas não repeti o voto. E se agora, em 2012, ainda votasse em Belém, estaria balançando entre Alfredo e Zenaldo.
No entanto, respeito profundamente Edmilson e o PSol, e todos os egressos da antiga Força Socialista.
Nunca vi nem Edmilson nem o PSol nem o pessoal da antiga FS defendendo indignidades, como o fim das cotas, das bolsas sociais ou a menoridade penal.
Pelo contrário: é preciso reconhecer que esses companheiros têm, de fato, compromisso com a população oprimida, neste país escravocrata.
No entanto, divirjo de seus métodos, que considero, no mínimo, equivocados.
A Zenaldo conheço desde que ele foi eleito vereador pela primeira vez, há uns 30 anos.
Naquela época, o nosso “Zé Gotinha” era tão direitista, mas tão direitista, que quando abria a boca a gente sentia vontade de se esfaquear umas 75 vezes...
Mas Zenaldo evoluiu tanto, que é preciso admitir que possui uma qualidade muito, muito rara: a capacidade de reconhecer os próprios erros e de se reinventar.
Por suas origens e pelos dons que possui, o nosso Zé Gotinha poderia ser apenas um Mauricinho, ou um advogado podre de rico.
Mas a vida (e, principalmente, o exemplo de dona Helena) o levaram a perceber que bem mais importante do que o carrão, a mansão ou o status, é a capacidade de se dar a quem precisa de nós.
Mas, novamente, divirjo é quanto à metodologia - e especificamente na campanha eleitoral. E devo confessar que me sinto até desapontada com Zenaldo, por ter permitido determinadas práticas neste pleito, das quais, aliás, nem precisa...
É claro, arguto leitor, que Edmilson também pode ter evoluído desde aqueles tempos das tristemente famosas “brigadas cabanas” - e ponha tristemente famosas nisso...
Mas penso que o importante, de fato, é isto: ambos, Zenaldo e Edmilson, são dois cidadãos com qualidades extraordinárias, que poderiam ter usado apenas para “se dar muito bem na vida”, sem enveredar por esse caminho tenebroso que é a política.
No entanto, ambos preferiram dividir com todos nós as riquezas, os talentos, as experiências que possuem.
Ambos dedicaram uma vida inteira à coletividade.
Ambos revelaram a profunda consciência de que devem ao todo a melhor parte do que são.
Ambos têm ideias precisas, lapidadas, acerca do “como” chegar a sociedade que queremos.
Ambos são, enfim, como que um presente a todos nós, nestes tempos tão tristes da nossa querida Belém.
Pra Zenaldo e Edmilson, ou Edmilson e Zenaldo, a música BOM DIA, BELÉM, interpretada pela nossa FAFÁ.
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