Violência: PM vai pagar preço muito alto

Valter Padulla19 de novembro de 2012 

(FACEBOOK)

Acompanhei a matéria do Fantástico, anexa, sobre uma situação em que policiais militares são acusados de cometer um homicídio contra um servente de pedreiro (com várias passagens e condenações, mas a qualificação de servente de pedreiro faz com que a simpatia da população seja mais favorável ao criminoso), tudo gravado e com um depoimento chave, de um dos envolvidos no caso.

Quando vi o nome de um Tenente num documento oficial achei estranho, quando vi a foto do Oficial (com quepe do azulão, sorridente, parecendo um garoto uniformizado) achei (inocentemente) mais estranho ainda. De pronto imaginei o Tenente acionando judicialmente a Rede Globo de Televisão pela veiculação de sua imagem, etc... Foi aí que veio a bomba, o furo de reportagem, a história de vida do Ten Chen, que fez o vestibular via Fuvest, com uma nota muito boa, tão boa que poderia ter entrado em outro curso, deixando subentendido que foi uma pena ele ter entrado para a PMESP. Isto porque ele se reconheceu nas imagens do crime cometido por um policial militar civilmente trajado e, relatou detalhes que não estavam no vídeo incriminador. Como ele é novinho ainda (24 anos) não teve coragem, ou presença de espírito, para interromper a ação e nem mesmo repreender os criminosos. Depois de ver mais uma vez a matéria e pensando no contexto apresentado entendi que quem chamou a reportagem e “elucidou” o(s) crime(s) foi o próprio, ou sua defesa (o que dá no mesmo).

Uma história triste de um candidato da Fuvest que poderia ser um médico bem sucedido, o Ten Chen, mas que, infelizmente, optou por entrar na Polícia Militar, e, agora, no exercício de sua profissão está rodeado de bandidos fardados, por conta disto teve medo de morrer se fizesse algo contra o crime que se desenrolou à sua frente, e percebi uma mensagem subliminar na reportagem, pois a única foto colorida com uma pessoa sorridente é a do Oficial, os demais acusados estão em fotos “preto e branco” ou então representados com o contorno em preto, ou seja, estão “coisificados”.

O Ten Chen relata que não tem experiência policial (o narrador diz que o “garoto” estava há 4 meses na Rádio-patrulha) e nunca tinha presenciado a morte de uma pessoa, ele entrou em pânico após os disparos, e a decodificação desta informação se volta a uma condição em que “ele está há pouco tempo no contato com policiais militares, então ainda não foi contaminado”.
Não posso entrar no mérito da questão quanto ao homicídio, é compreensível que haja uma estratégia para livrar o garoto de uma condenação, mas isto ocorre num momento em que imprensa, os amigos dos direitos humanos, e outros adversários “de carteirinha”, estão ávidos para punir maus policiais militares, e mais que isso, querem demonstrar, escancarar, que a PMESP é um antro de perdição, nesta situação específica a vítima, além do “servente de pedreiro” morto “covardemente”, foi o Ten Chen.

Não sei dizer o que realmente aconteceu, mas sei que a polícia da Polícia busca com tenacidade ímpar “limpar” as fileiras da Corporação dos “maus elementos” e, neste mister, permite-se tratar seus “convidados” como bandidos; numa boa parte dos casos o policial não é bandido e tudo acaba num “arquive-se” e na revolta de quem é inocente e se sentiu humilhado, vilipendiado, pressionado, pelo tratamento dispensado. Há trinta anos este tipo de performance indignificante serviria unicamente para comentários de alojamento, mas desta vez o tiro acertou o pé, visto que encontrou-se alguém que se portou como tal, ou seja, detona toda Corporação para “tentar” sair ileso, e isto em um programa de televisão com audiência nacional.
Há pouco menos de 30 anos um outro Oficial passou por uma questão parecida, presenciou execuções no Parque Ecológico, mas, em vez de procurar o Fantástico, foi à CorregPM.

Pode ser que a pressão durante as investigações tenha ultrapassado os limites do Ten Chen, porém o preço que a Milícia de Tobias vai pagar é bem maior... 

Como não tenho todas as informações posso estar equivocado em minha argumentação, entretanto acredito que as impressões que tive durante a matéria são parecidas com as da população em geral (que teve oito minutos e trinta e um segundos para formar sua opinião sobre o assunto).
Testemunhas negam versão de PMs para morte de servente em SP
g1.globo.com
‘Fantástico’ teve acesso a depoimentos colhidos pelo DHPP. Paulo Batista foi morto em 10 de novembro...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente