Proposta da Unidade de Polícia Pacificadora do Borel foi discutir os três anos de pacificação / Marino Azevedo
Priscila MarottiNo lugar do bolo de comemoração, um círculo para refletir sobre os três anos de pacificação. Essa foi a proposta da Unidade de Polícia Pacificadora do Borel, para começar a celebrar o terceiro ano da unidade, comemorado no dia 7 de junho. Com o objetivo de analisar e discutir o processo de pacificação do morro, a UPP, a Rede Social e a equipe de Gestão Social da comunidade — vinculada à Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos — promoveram um fórum de debates com a presença de policiais, moradores, lideranças comunitárias e integrantes de projetos sociais.
O encontro, realizado na ONG Fundação São Joaquim, na comunidade da Indiana, incentivou os participantes a debaterem o cenário local desde o início da pacificação. O objetivo é encontrar soluções e desenvolver melhorias que contribuam para a cidadania e a qualidade de vida dos moradores. Além de policiais da UPP, cerca de 20 moradores e lideranças comunitárias, se apresentaram e falaram um pouco sobre o trabalho de cada um.
“A UPP está em processo de formação, não tem nada fechado. Nos reunimos aqui porque todos nós, juntos, fazemos parte do sucesso ou do fracasso desse programa. Já é um avanço não ouvirmos mais barulhos de tiros e contabilizarmos, em três anos, quatro homicídios, um número infinitamente menor do que há algum tempo. Mas acho que muito mais do que motivo para comemorar, essa data serve para refletirmos sobre como vamos nos relacionar daqui para frente”, disse o comandante da UPP, Capitão Bruno Amaral.
Os participantes foram divididos em três grupos de discussão: um para abordar a questão da segurança; outro para debater sobre projetos sociais; e um terceiro para falar das relações comunitárias.
“Eu percebo a questão da abordagem, por exemplo, como algo que nós, moradores, poderíamos fazer diferença. A gente sabe que o jovem é mais rebelde e, às vezes, não entende por que está sendo abordado. Para os meninos que eu vejo reclamando, já falo: ‘e os anos que você mora aqui sem ouvir tiro, sem ver um amigo morrer, podendo entrar e sair da comunidade tranquilamente?”, argumentou o morador Pedro Rocha, que também atua na comunidade como integrante da ONG Jocum.
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