Entendendo um pouco de uniformes da PMPA

Ronaldo Braga Charlet - Capitão PM 
Ao longo de 19 anos na corporação sempre observei que nas escalas é recorrente o 5º A ser convocado para o serviço e, ainda, as expressões "5º A completo", mas como bom historiador ficava sempre aquela inquietação. Aí corri ao socorro do nosso amigo Romeu Teixeira Dantas, imortalizado na Coletânea de Legislação da PMPA, obra que inclusive ainda não foi superada pelo esmero do levantamento e ilustrações.
Percebi então que a família do 5º Uniforme é extensa, vai até o 5º A ao 5º N e o 5º A completo pode ser representado por outros números, sendo incorreta a utilização dele como expressão de uniforme de policiamento e o fato de ser completo não quer dizer com capacete e cinto de guarnição. 
Mas, a "tradição" ou desconhecimento leva-nos a imprecisões. Mas então como entender o 5º Uniforme?
Abaixo apresentamos uma parte da família:
Adaptação feita a partir de DANTAS, Romeu Teixeira. Coletânea de Legislação da PMPA. Belém: Cejup, 1997. Vol. 2
Agora vai ficar mais fácil entender a família do 5º Uniforme da PMPA.


O detalhe é que basta mudar algumas peças pra mudar o número. Então os passos são os seguintes:
Do 5º A para o 5º B: é só coloca capacete e cinto de equipamentos. 
Do 5º B para o 5º C:, simples retirada do capacete, recolocação do gorro e manter o cinto de equipamentos.
Do 5º C para o 5º D: tira o cinto de equipamentos e "alivia a gandola", ficando com a camisa de baixo. 
Do 5º A para o 5º E: coloca o capacete de bombeiro e o cinto de equipamentos. Poderíamos dizer que é o 5º B dos Bombeiros-Militares. Mas, tal uniforme foi extinto com a separação do Bombeiro e Polícia Militar, a partir de 1990/1992. 
Detalhe importante é perceber que somente o 5º D possui manga-curta, pois trata-se da camisa de dentro. E, ainda, o uniforme por excelência da operacionalidade é o 5º B, utilizado no policiamento, na guarda do quartel, na prontidão e na missão de choque.
Interessante essa reflexão, não é?
É pra isso que servem os historiadores, para não deixar que esqueçamos as coisas, para nos fazer lembrar. Foi e tem sido assim desde Heródoto de Halicarnaso que ao escreve sua História
teve em mira evitar que os vestígios das ações praticadas pelos homens se apagassem com o tempo e que as grandes e maravilhosas explorações dos Gregos, assim como as dos bárbaros, permanecessem ignoradas; desejava ainda, sobretudo, expor os motivos que os levaram a fazer guerra uns aos outros.
Parece também fútil e irrelevante ficar discutindo os detalhes, mas numa instituição com quase duzentos anos não podemos perder de vista também os detalhes.

Colaboração:
Ronaldo Braga Charlet - Capitão PM 
Bach./Lic. em História - Especialista em Patrimônio Histórico - M.Sc. em Planejamento do Desenvolvimento


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