COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Missão paraense liderada pelo vice-governador Odair Corrêa estreita relações para cooperações e intercâmbios nas áreas da cultura, esporte e transferência de tecnologia. Estado também participa da Feira Internacional de Chengdu.


Pará e China assinam acordo

A missão paraense assinou na manhã desta quinta-feira, 15, o acordo de províncias irmãs com o Pará. A cerimônia aconteceu no Centro de Convenções Hollidays Inn, situado em Chengdu, capital da província Sichuan, na presença de autoridades chinesas e brasileiras.

O ato solene foi precedido de encontro entre os dois signatários do acordo, os vice-governadores Odair Corrêa, do Pará, e Zhong Mian, de Sichuan, auxiliados por dois intérpretes. Ambos seguiram um ritual, sentados um ao lado do outro e demais convidados à frente, e falaram da importância do acordo e das possibilidades de cooperação econômica e cultural, abertas a partir daquele momento.

O vice-governador Zhong Mian destacou as principais características de Sichuan, rica em recursos humanos e naturais e responsável por cerca de 25% do PIB da região. "É um importante polo industrial chinês, rico tanto em matérias-primas quanto em atrações turísticas, cujo processo acelerado de desenvolvimento foi interrompido em maio de 2008 por um terromoto".

Zhong Mian informou que o governo central chinês investiu cerca de 10 bilhões de dólares no audacioso processo de reconstrução e recuperação das regiões e segmentos atingidos pelo terremoto e afirmou ainda que a economia estará plenamente recuperada, dentro de dois a três anos. Mian diz que Schuan tem importância para o mundo por ser a maior de doze províncias a Oeste da China.

O vice-governador de Zhong Mian disse que o acordo de províncias irmãs com o Pará "é muito importante em nossa cultura e sinaliza um real interesse de cooperação". Mian informou que estados da Alemanha, França, Filipinas e Estados Unidos já são parceiros de acordos semelhantes em relacionamentos comerciais e sociais

O Pará é o principal Estado de toda a região amazônica na opinião de Zhong Mian. "Na parte comercial, temos interesses diretos nos segmentos de minério, silvicultura e aquicultura, entre outros", anunciou.

Odair Corrêa, vice-governador do Pará, enfatizou a surpresa de constatar que um país tão distante se revelava tão amigo. Fez breve histórico da atuação do governo paraense na concretização do acordo de províncias irmãs: "A primeira missão foi em junho de 2008, liderada pelo nosso secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, Maurílio Monteiro. Em novembro, nova visita oficial com a nossa governadora, Ana Julia Carepa, com apoio oficial de Sichuan. Em abril deste ano, foi a missão de Sichuan que nos visitou e hoje este processo se completa com a assinatura do acordo", declarou.

Odair Corrêa informou que a comitiva paraense também participa da Feira de Economia do Oeste do Pará, com a presença de algumas das maiores empresas que atuam no Pará, como a Vale, a Alcoa e a Eletronorte, aberta algumas horas depois, no mesmo prédio da assinatura do acordo, com a presença de vários presidentes de outros países.

O vice-governador sugeriu ao governo e aos empresários chineses que visitem o Pará "para conhecer nossas belezas e potencialidades, e também interagir com as empresas paraenses" e destacou as oportunidades de cooperação e negócios em áreas estratégicas, como a da energia elétrica, referindo-se às usinas de Belo Monte, São Luis e outras quatro previstas para serem instaladas no Rio Tapajós. "A par da economia e de interesses mútuos, como nas áreas do minério e da biodiversidade, precisamos de ações sociais e culturais, como forma de melhoria da qualidade de vida e auto-estima de nossos povos. É chegada a hora de Brasil e China se darem as mãos".

O acordo foi assinado em outro salão para onde todos os participantes da cerimônia se dirigiram. Os dois vice-governadores assinaram o acordo em dois livros diferentes, um para cada província, seguidos de brinde à amizade entre Sichuan e o Pará. Um almoço oferecido pelo governo de Sichuan encerrou a solenidade.

Marco Túlio Cabral, representante da embaixada do Brasil na China, que apóia a missão paraense em Sichuan, acredita que são imensas as possibilidades de negócios entre o Pará e a China, e que o acordo de províncias irmãs é um excelente cartão de boas intenções. "É importante que empresários e governos venham à China, se mostrem e saibam como é aqui, o que está acontecendo. Os chineses não são apenas exportadores, mas grandes importadores, e têm uma imensa poupança, fruto do superávit em dólar", disse o diplomata. "No caso do Pará, são reais as oportunidades de negócios para além do minério de ferro, como na área de alimentos como a carne, e também na produção de energia. Os chineses têm tecnologia na construção de hidrelétricas e muito dinheiro para investir", finalizou.

A missão paraense durante solenidade que selou acordo na China

Missão paraense reforça intercâmbio

A missão paraense viajou para a China no último dia 12 a fim de estreitar relações diplomáticas entre o Estado do Pará e o Gigante Asiático e permanecerá até o dia 20 naquele país. A missão tem à frente o vice-governador Odair Corrêa, como representante da governadora Ana Júlia Carepa.

O acordo de províncias irmãs coma província de Sichuan prevê cooperações e intercâmbios nas áreas de cultura, esporte e transferência de tecnologia. O Estado também participa da Feira Internacional de Chengdu, um dos maiores acontecimentos econômicos do ano na China.

A feira foi aberta nesta quinta-feira, 15, pelo primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, sob forte esquema de segurança que fechou dezenas de ruas e paralisou parcialmente bairros inteiros.

O estande paraense na Feira de Chengdu mostra a produção de energia como destaque em materiais promocionais, como vídeos e panfletos. O Brasil e o Pará participam da feira em cooperação com empresas como Vale, Alcoa e Eletronorte.

A “Western China International Economy and Trade Fair” é uma feira realizada há 9 anos no Oeste da China para promover intercâmbios e cooperações econômicas e comerciais pan-asiáticas para benefícios mútuos e sinergia dentre os mais de 40 fóruns econômicos que acontecem em uma área de 120.000 metros quadrados.

O evento tem impacto direto sobre 11 milhões de pessoas que vivem em Chengdu, capital da Província de Sichuan, cuja população é de cerca de 90 milhões de habitantes. É uma cidade movimentada por uma economia em ascensão como tudo o que envolve a atual economia chinesa. É a terra dos famosos ursos panda.

Contexto favorável a parcerias

O evento tem grande influência econômica para o país e em 2009 a feira marca os 60 anos de fundação da República Popular da China, os 10 anos da implementação da estratégia de desenvolvimento do Oeste e o primeiro ano da recuperação pós-desastre do “Terremoto Wenchuan”. O vice-governador Odair Corrêa representa a governadora Ana Júlia Carepa que foi convidada por Liu Qibao, diretor do Congresso Popular da Província de Sichuan (China).

O Pará está presente à feira devido à abertura econômica iniciada na década de 80 na China quando o governo socialista implementou uma política de estímulo a empresas privadas, inclusive internacionais que se ampliaram gradativamente e com certa liberdade. Hoje as empresas chinesas - estatais, semi-estatais e privadas – vivem a internacionalização por meio de parcerias em outros países, dentre eles, o Brasil.

As circunstâncias são favoráveis particularmente ao Brasil nesse contexto e, por isso, o Pará desponta como possível parceiro visto que a China já é o principal parceiro comercial do Estado, com relacionamento superior ao dos Estados Unidos e Japão. Nesse sentido, a missão paraense permanece na China até o dia 20 a fim de estreitar as relações comerciais com o país. A chegada ao Pará é no dia 22.

Potencial do Pará desperta a atenção do mercado chinês

A localização amazônica do Pará é um dos principais fatores que despertam a atenção da China. A produção de carne, frutas e produtos da madeira, além de toda a biodiversidade da região são os itens que interessam diretamente ao gigante asiático.

A viagem da missão paraense foi preparada desde 2008, ano em que a governadora Ana Júlia Carepa foi recebida no aeroporto com honras oficiais pelo governo de Sichuan. A visita era preparatória ao acordo de províncias irmãs.

Dessa vez, as autoridades e os empresários paraenses foram recebidos novamente no aeroporto por uma comitiva de autoridades, em demonstração do interesse mútuo no estreitamento das relações comerciais.

Maurílio Monteiro, titular da Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará, informa que há fortes possibilidades de negócios envolvendo a área da produção de energia, uma vez que o Pará vai abrigar mais cinco hidrelétricas, ao longo do Rio Tapajós, além de Belo Monte, no Xingu, passando à condição de maior produtor brasileiro de energia.

O leilão de Belo Monte, que vai produzir 11 mil megawatts de energia/ano, está previsto para dezembro próximo.

Com informações:

Assessoria de Comunicação da Vice-governadoria

Secretaria de Comunicação do Governo do Estado do Pará

Edson Coelho – Sedect


Fotos: David Alves – Agência Pará

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