INTERCÂMBIO CULTURAL ENTRE PARÁ E CHINA ACONTECE NO INÍCIO DE 2010

O Pará enviará, já no início do próximo ano, professores para ensinar português na China e receberá, em Belém, professores chineses para ensinar mandarim. Esse intercâmbio é um dos primeiros resultados concretos do acordo de províncias irmãs assinado pelo vice-governador do Pará, Odair Corrêa, na semana passada, na China, com Sichuan, província de 90 milhões de habitantes, para cooperações em áreas como esporte, artes, cultura e também no comércio.

A estimativa de prazo é do vice-reitor da Universidade Federal do Pará, Horácio Schneider, um dos integrantes da missão paraense que ficou uma semana na China. Em reunião, na noite de terça-feira passada, com professores, alunos e com Zhao Gang, vice-reitor da Universidade Municipal de Chengdu, a capital de Sichuan, a missão paraense encaminhou as primeiras negociações para iniciar o intercâmbio pela área de línguas, de importância estratégica por ser transversal a todos os outros temas, inclusive os que envolvem comércio e economia.

"Por questões como a obrigatoriedade curricular, e também as exigências legais, não poderemos incluir já, no currículo, aulas de mandarim 1 e 2, por exemplo; o mais provável é criarmos um curso livre de mandarim, nos moldes em que existem hoje cursos de alemão, inglês e espanhol", avalia o professor Horácio Schneider.
Os cursos livres focam no aprendizado das línguas, não habilitando os formados para o magistério. O intercâmbio deve acontecer nos moldes dos mantidos com os Estados Unidos, por exemplo, em que o país (ou instituição) que envia o aluno paga a passagem e o que recebe garante alimentação e estadia.
"A China tem experiência internacional em intercâmbios e também vamos tentar viabilizar a implantação, em Belém, de uma unidade do Instituto Confúcio, de divulgação da cultura chinesa no exterior por meio de várias atividades (o Confúcio tem unidades em São Paulo e no Rio de Janeiro)", diz Horácio Schneider.
"Também devemos encaminhar atividades e projetos de cooperação em conjunto, a UFPA, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e também a recém-criada Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), cujo reitor será o José Seixas Lourenço." A reitora da Uepa, Marília Brasil Xavier, enviou uma carta à Universidade Municipal de Chengdu, confirmando o interesse em intercâmbios e já adiantado temas como fitoterápicos, esportes (ensino de artes marciais no Pará, pelos chineses, e futebol na China, por professores paraenses), além do ensino do mandarim aqui e de português na China.
"Fiquei muito surpreso com a alegria dos chineses", diz Horácio Schneider. "A reunião na universidade de Chengdu se deu em maravilhoso clima de festejos e confraternização, de forma muito alegre, receptiva e de cooperação. Eles parecem brasileiros." Para o professor Horácio Schneider (mestre e doutor em genética), o mundo hoje passa, necessariamente, pela China e aprofundar relações com o gigante asiático é inevitável para não se isolar tanto economicamente, quanto culturalmente, em relação ao futuro. "Neste sentido, as iniciativas do governo do Pará são pioneiras, e se justificam inclusive pelo fato de a China hoje já ser o nosso principal parceiro comercial".
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Assessoria de Comunicação da Vice-governadoria
Texto Edson Coelho (Ascom/Sedect) – Foto David Alves (Ascom)

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