Bebê vem ao mundo pelas mãos de dois policiais militares

Do Jornal Diário do Pará

Na profissão de um policial militar, o cotidiano é marcado, basicamente, pelo combate ao crime, servindo, protegendo e, em alguns casos, dando a vida pela segurança da sociedade. Essa é a realidade de dois policiais veteranos, o sargento Caldeira, com 29 anos dedicados a Polícia Militar, e o cabo Araújo, com 20 anos integrando a instituição. Ambos atuam na 23ª ZPol.


Em meio às perseguições, tiroteios e prisões do dia a dia, ao qual estão acostumados, os dois policiais do 24º Batalhão da Polícia Militar (24º BPM) passaram por uma situação inusitada na madrugada de ontem. Eles tiveram que realizar o parto de uma criança no bairro do Tapanã, em Belém.

Mesmo sem experiência e os meios adequados para realizar o parto, os policiais conseguiram ajudar a jovem Liliane Santos da Paixão, de 19 anos, na hora do parto de uma menina. “É uma grande emoção ter feito o parto dessa criança. Isso nunca tinha acontecido comigo antes”, disse o sargento Caldeira em meio aos sorrisos pelo sucesso da “missão” cumprida.

O cabo Araújo informou que, por volta de 5h30, ele e o sargento Caldeira estavam em ronda no bairro do Tapanã quando foram acionados por um taxista. Ele informou que uma mulher estava dando à luz a uma criança em uma residência próxima. Os policiais se dirigiram até a Primeira rua do Tapanã e encontraram a casa onde Liliane mora.

A mãe da jovem relatou que ela e a filha já haviam ido de táxi até o hospital Abelardo Santos, em Icoaraci. No local, a ainda grávida foi atendida não por um médico, mas por uma assistente social, que disse que Liliane e a mãe deveriam voltar para casa, pois a criança só nasceria por volta do meio-dia de ontem.

NASCIMENTO

Sem alternativas mãe e filha retornaram para casa, com Liliane sentido muitas dores. Quando chegaram à residência da jovem, a criança já estava nascendo. “Não deu tempo de trazê-la para o hospital e o jeito foi ajudarmos no parto”, disse Caldeira. Após o nascimento da criança, uma menina, os policiais colocaram um colchão na traseira da picape e conduziram Liliane e agora a avó e o bebê novamente para o hospital Abelardo Santos. Mais uma vez houve problemas no atendimento, pois não queriam aceitar a mãe e a criança no hospital.

Somente com a insistência do sargento Caldeira com um homem que se apresentou como médico e foi identificado como João Medeiros, foi que as duas foram atendidas. “Eles queriam que se arranjasse uma ambulância e levassem a moça para um outro hospital”, comentou o sargento Caldeira.

O médico João Medeiros ainda destratou o repórter-fotográfico Keilon Feio, do DIÁRIO, que pretendia fazer as imagens da mãe com a criança, acompanhadas dos policiais que ajudaram no nascimento do bebê. Medeiros, em uma atitude estranha de autodefesa, ofendeu o fotógrafo, disse que a imprensa é sensacionalista e afirmou que “nada aconteceria no seu plantão”.

Após a discussão, Liliane e a menina permaneceram internadas. A mãe passa bem e o estado de saúde da criança é considerado muito bom.

SURPRESA

Os dois policiais militares foram surpreendidos com o pedido de ajuda no parto de Liliane Santos. Mesmo sem experiência, eles fizeram o parto dela.

HOSPITAL

Logo após o parto, os policiais levaram a jovem para o Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, que somente após muitas reclamações receberam Liliane. Mãe e filha passam bem.

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