Crime reage a UPP e transferência de presos, diz polícia do Rio de Janeiro
A polícia fluminense atribui à insatisfação de traficantes da facção criminosa Comando Vermelho com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas favelas e com a transferência de chefes do tráfico para o presídio federal de Catanduvas (PR) os ataques de criminosos contra motoristas na cidade.
Nesta segunda-feira (22), cinco homens atearam fogo a uma perua e dois carros em Irajá, na zona norte, e metralharam uma cabine da Polícia Militar (PM).
No domingo (21), na Linha Vermelha, uma das principais vias expressas, seis homens incendiaram dois carros e atiraram contra um veículo da Aeronáutica. Nas duas ocasiões, ninguém ficou ferido.
Para enfrentar a nova onda de ataques, o governo estadual determinou que o esquema especial de policiamento do fim do ano fosse antecipado. Escalas de policiais foram reduzidas para aumentar o efetivo nas ruas e o policiamento das vias passará a contar com 140 motocicletas. "Claro que isso tem a ver com a reorganização do território que reconquistamos. Vamos continuar pacificando, porque ainda tem comunidades que servem de fortaleza e escudo para o crime", disse o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB).
Os ataques em série pegaram a cúpula da Segurança Pública de surpresa. Pela manhã, Cabral chegou a anunciar que o secretário de Segurança estava reunido com o comandante-geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte, para tratar do assunto. No entanto, Beltrame estava em Brasília para reunião com a presidente eleita Dilma Rousseff. Duarte ligou para os comandantes dos batalhões das áreas atingidas pelas ações dos criminosos determinando o aumento do policiamento e disse que a PM voltará a operar nas favelas dominadas pelo CV.
"Vamos operar de forma pontual nas favelas para localizar os criminosos que estão realizando esta ação", disse Duarte. Porém, no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio, os principais refúgios dos traficantes do CV, a polícia não faz operações de busca a traficantes desde janeiro de 2008, quando foram anunciadas as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no conjunto de favelas da zona norte.
O comandante da PM não quis comentar o déficit no efetivo da corporação que conta com 39 mil homens. "Vamos receber 3.600 policiais na próxima incorporação e no próximo ano devemos abrir vagas para sete mil homens. O objetivo é chegar até 2014 com 50 mil homens e 60 (mil) em 2016", afirmou.
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