*Dulce Rosa
Escrevo como cidadã que, por puro caso (e audácia), preside uma Associação de bairro e que luta pela qualidade de vida dos moradores e estabelecidos no Bairro mais antigo de Belém; pela sua revitalização, preservação e pela valorização do seu patrimônio cultural.
2011 está acabando. Um ano de lutas que se vai e outro que começa com os mesmos problemas de antes. A incoerência dos administradores não nos deu sossego. A não aplicação de leis em vigor nos criou vários problemas e, por outro lado, a falta de fiscalização nos tirou o sono muitas vezes.
Passamos o ano, de um órgão público pra outro, protocolando pedidos de encontros que foram ignorados na sua maior parte. Seguindo as indicações das normas em vigor, como sociedade organizada pedimos ajuda, por escrito, aos vários escalões de governo e, quase sempre, não tivemos resposta.
Essa experiência nos leva a admitir que a consolidação da democracia no Brasil depende da superação de nossos vícios de comportamento. Costumes antigos não foram debelados; temos carência de mentalidade cívica. Devemos aprender ainda que o exercício da “cidadania” não se esgota no momento de escolha de quem nos governa.
Verificamos que o Estado, que deveria agir e interagir mediante a atuação social e de grupos que encaminham reclamações, queixas, pedidos e sugestões, ignora essa possibilidade, frustrando assim as nossas tentativas de aprimoramento da prática democrática.
Falar portanto de “estado democrático de direito”, é prematuro: no nosso caso, ainda precisamos de muito amadurecimento, isso porque, um de seus aspectos, a participação do cidadão na vida pública, ainda não foi absorvida e assim não se cumpriu. Devemos ainda, e também, absorver a ideia de que as leis dependem do respeito e da vigilância de todos nós para serem cumpridas, pois de fato, quem “vigila” acaba malvisto, por gregos e troianos.
Continuamos assim a usar os “amigos” para resolverem nossos problemas. Quanto mais potente é o “amigo”, mais leis se ignoram. Desse jeito, em vez de Democracia, o que acaba funcionando é a Amigocracia (em Napoles tem outro nome) e as leis vão desse modo para as cucuias, juntamente com os confetes e lantejoulas ao apagar dos holofotes... para nossa decepção.
Desculpem, mas isso é uma constatação.
Que o Ano Novo traga LUZ para nossas mentes.
PS: NESTE MOMENTO, UMA REUNIAO PROVOCADA POR MIM, NA segup DECIDIU QUE O CARNAVAL (desorganizado) NÃO VAI COMEÇAR ESTE DOMINGO.
O ano acaba bem.
Obrigada PM
*Dulce Rosa é presidente da Associação Cidade Velha - Cidade Viva
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