Programa de Resistência às Drogas forma 701 alunos em Abaetetuba

O governo do Estado fez, na manhã desta terça-feira (10), a formatura de 701 crianças que participaram do Programa Nacional de Resistência às Drogas e Violência (Proerd) durante o ano de 2011, em Abaetetuba, nordeste paraense.
A solenidade aconteceu no ginásio poliesportivo municipal Hildo Carvalho, mas a programação começou na praça da Bandeira, de onde saiu uma caminhada pela paz, organizada pelos participantes.
No ginásio, a programação teve a participação de comediantes locais, apresentação de dança e teatro feita pelos próprios alunos e o juramento dos Proerdianos, que se comprometeram em ficar longe das drogas e de situações violentas. As aulas foram ministradas pela Polícia Militar, em parceria com a Prefeitura de Abaetetuba, dentro da escola, por policiais treinados e o professor responsável pela turma. Os pais também são sensibilizados pelo programa e as crianças formadas acabam se tornando agentes multiplicadores dentro da própria instituição de ensino e entre familiares e vizinhos.
“Ensinei tudo o que aprendi para os meus irmãos”, disse Felipe Cardoso, 13 anos. “Falava das aulas com os meus amigos da bola”, comentou Elton Correa, 10 anos. Os dois são alunos da sexta etapa da escola municipal Pedro Ferreira. Para o secretário de Educação do município, Jefferson Felgueiras de Carvalho, o Proerd é uma ferramenta importante de combate à violência e criminalidade.
Prevenção – “A segurança pública tem que ser desenvolvida junto com a educação, não trabalhando apenas na repreensão, e sim na prevenção, que é a melhor forma de evitar a violência, e o Proerd é justamente isso. Temos dados que confirmam que nas escolas onde o programa está inserido, a evasão escolar é muito menor. Isso significa mais crianças e adolescentes engajados no caminho da educação e fora das ruas”, comentou o secretário.
A professora Maria Goreti Vilhena, da Escola Municipal Don Ângelo Froses, disse que, depois do Proerd, os alunos mudaram o comportamento na sala de aula. “O relacionamento professor e aluno melhorou bastante. Diminuiu a violência na turma e até as implicâncias com apelidos degradantes deixou de existir. Esse comportamento também se refletiu no bom desenvolvimento da aprendizagem, já que os alunos estavam mais concentrados”, avaliou.
A estudante da quinta etapa da Escola Municipal Don Ângelo Froses, Bruna Rodrigues, 10 anos, estava empolgada com a formatura e disse que já decidiu o que vai ser quando crescer. “Quero ser policial para dar aulas no Proerd. Aprendi nas aulas que, independente de qualquer problema, nunca se deve usar drogas. Agora eu quero ensinar isso para todas as crianças”, reforçou.
Declarações como essa são a principal motivação para os policiais envolvidos no projeto, como o major Mário Silva Júnior, comandante da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar de Abaetetuba e responsável pelo Proerd no município. “É muito gratificante colaborar para o futuro dessas crianças. Fico muito feliz com o resultado que alcançamos e neste ano vou participar do treinamento para me tornar instrutor nas classes e ter um contato mais próximo com as crianças”, observou.
O soldado Michael Lobato Braga divide seu tempo entre a 2ª Sessão de Inteligência da PM e as aulas do Proerd, mas diz que tem a sensação de dever cumprido no trabalho, quando está instruindo os alunos. “Acho esse trabalho essencial. Quando encontro com um aluno me sinto renovado e pretendo trabalhar no programa durante toda a minha carreira”.
Ampliação – O Proerd foi criado em 1983 pelo Departamento de Polícia de Los Angeles e atualmente está presentes em 50 estados americanos e em 58 países. No Pará o programa foi lançado em 2003, na primeira gestão do governador Simão Jatene, e já atendeu quase 60 mil alunos, dos quais 19 mil, de cerca de 50 municípios paraenses, foram atendidos somente ano passado.
A grande novidade para 2012 é que o programa foi institucionalizado e passa a fazer parte do Programa Plurianual (PPA), conforme explicou o coordenador estadual do Proerd, Osmar da Costa Junior. “Agora o programa passa a ser atividade fim da Polícia Militar, isso significam mais recursos para atender um número maior de crianças e adolescentes. Este ano, teremos três novas turmas de formação de instrutores, que vão somar 150 profissionais habilitados a dar aulas no programa. Com isso pretendemos dobrar o número de atendimentos de 20 mil para 40 mil em 2013”, revelou.

Texto:
Dani Filgueiras - Secom
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