O prazo para identificação das vítimas do acidente
aéreo ocorrido em Cametá, nordeste paraense, na última quinta-feira, é
de no mínimo 15 dias. Os corpos chegaram a Belém ainda na noite de
quinta e na manhã de ontem os familiares se dirigiram ao Centro de
Perícias Renato Chaves para coleta de material biológico. Apenas o exame
de DNA será capaz de confirmar a identidade dos dois passageiros,
Beminerdison Monteiro e Antônio Cunha, do piloto Eduardo da Silva Campos
e do copiloto Carlos Eduardo Arruda Brocca. Isso porque os corpos
ficaram carbonizados impedindo a identificação visual.
Segundo o CPC Renato Chaves, as armas dos dois
passageiros, que trabalhavam como vigilantes para a empresa Prosegur,
foram localizadas a bordo do avião e também serão periciadas.
Uma das vítimas, Beminerdison Monteiro, não era de
Belém. O jovem segurança saiu do município de Bagre em busca do sonho de
se tornar policial militar e há três anos era vigilante na Prosegur.
Segundo um parente que preferiu não ser identificado, o pai da vítima e
boa parte da família que mora no interior do Estado estariam a caminho
da capital na expectativa de prestar as últimas homenagens, que agora
serão adiadas. A morte prematura repercutiu nas redes sociais na
internet, onde amigos, parentes e a Prefeitura de Bagre lamentaram a
perda.
As investigações sobre as causas da queda do
bimotor de prefixo PT-LOU seguem sob comando do Serviço Regional de
Investigação e Prevenção de Acidentes (Seripa) e são sigilosas. Na
delegacia de Cametá, um representante da empresa Prosegur registrou
ocorrência, mas a Polícia Civil informou que aguarda os resultados das
perícias do Renato Chaves e Seripa para abrir ou não inquérito policial.
“Embora tenha havido vítimas, por enquanto não há inquérito policial
instaurado, apenas registro de ocorrência. Caso as perícias apontem para
um acidente criminoso, a polícia inicia as investigações”, informou o
assessor de comunicação da PC, Walrimar Santos.
ACIDENTE
De propriedade da Norte Jet Táxi Aéreo, o bimotor
estava a serviço da empresa Prosegur, que faz transporte de valores,
quando, ao decolar do aeródromo de Cametá, perdeu altitude e chocou-se
contra uma árvore, explodindo em seguida. “Tenho 35 anos de aviação, sei
que pelo menos dez motivos podem ser apontados como a causa da queda de
uma aeronave, mas neste caso específico não consigo apontar nenhum.
Acidentes são inerentes a nossa atividade profissional, acredito
realmente em fatalidade”, declarou Haroldo Canizo, diretor de operações
da Norte Jet. Segundo ele, desde a última manutenção, a aeronave teria
voado apenas 56 horas das 2 mil liberadas.
Sobre os rumores de que o piloto teria feito
queixas sobre as condições da aeronave, Canizo afirmou que são apenas
especulações. “Temos 20 anos no ramo e não temos histórico de acidentes.
O prazo para inspeção anual de manutenção, auditada pela Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil), venceria somente em maio. Não descumprimos
nenhuma norma”, reforçou.
O avião tinha valor estimado em 500 mil dólares e
datava de 1982, dentro da idade padrão das frotas nacionais, garante
Canizo.
(Diário do Pará)
(Diário do Pará)
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