por Michele Farias
Maceió/AL - Há mais de duas décadas, a polícia comunitária vem conquistando o seu
espaço com os benefícios do trabalho de segurança pública, com a
aproximação desses profissionais com os moradores da comunidade. Em
Alagoas, a atuação dessa polícia ainda é recente, porém, já mostra
resultados satisfatórios, mesmo com a resistência de alguns policiais.
Novas bases
De acordo com o presidente do Conselho de Segurança
Pública, Paulo Brêda, na próxima semana será apresentado um novo projeto
para a construção de bases comunitárias.
“Acredito que a atuação da polícia comunitária é um caminho para acabar
com a violência. Fizemos estudos para baratear os custos, e
conseguimos manter uma estrutura similar com a original proposta com o
preço bem inferior”, afirmou Brêda.
Resistência
O presidente falou ainda que a Polícia Militar completou 180 anos e,
durante todo esse tempo, adquiriu uma resistência histórica aos modelos
de segurança.
“De início a PM não queria a instalação das bases, porque
acreditavam que iria estragar o modelo, mas, aos poucos, eles começam a
abrir os olhares”, disse Paulo Brêda, mostrando ainda que como não têm
incentivos financeiros, o policial não quer trabalhar com a comunidade.
“O acomodado é como uma laranja podre no meio das frutas: estraga todo o
trabalho”.
Ele disse ainda, que vai apresentar uma proposta para os policiais que
estejam trabalhando nas bases recebam incentivos financeiros. Brêda
explicou ainda que não são todos os policiais que não querem a
implantação das bases. “Mas é notório que os mais antigos da corporação
não aspiram esse modelo. Porém, os policiais mais novos têm outra visão e
acreditam no trabalho”, explicou.
Brêda afirmou que ainda não há um número preciso de bases que serão
instaladas. “Vamos apresentar a proposta. Acreditamos que isso possa
despertar o interesse dos empresários alagoanos para que ele nos ajude a
por em prática esse trabalho”.
Opinião da PM
A base comunitária do Selma Bandeira, localizada no bairro do Benedito
Bentes, foi oficialmente entregue em maio do ano passado e já mostra
resultados. De acordo com tenente coronel Dogival Ferreira, os policiais
estão desempenhando bem os trabalhos.
“Nunca percebi resistência por parte dos meus policiais. Temos um
trabalho que vêm apresentando resultados muito bons, a comunidade nos
ajuda a combater a criminalidade. Os frutos começaram a aparecer desde a
instalação há dois anos”, afirmou Dogival.
Para um PM que trabalha na base comunitária do Vergel do Lago, 19
policiais fazem a segurança na região e há sim comodismo. “Quem está
chegando agora, acredita na filosofia da polícia comunitária e abraça a
causa. Porém, os mais antigos não querem fazer esse trabalho e se
“escoram” nos outros. Gosto muito do que faço, e a criminalidade está
sim diminuindo, basta ver as estatísticas. Se todos abraçarem a causa,
poderemos ter uma Alagoas livre da criminalidade”
Base comunitária do Selma Bandeira
A base comunitária do Selma Bandeira funciona diariamente 24 horas, com
16 militares, com a rotina de passagem do serviço, rondas comunitárias e
visitas comunitárias. Os dados estatísticos apresentados pelo major PM
Antônio Casado, do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e
Polícia Comunitária da Polícia Militar, são bastante animadores: em 7
meses de ocupação foram registrados apenas 3 homicídios, uma redução de
75% no índice de assassinatos.
http://cadaminuto.com.br/noticia/2012/02/05/estamos-em-guerra-e-a-policia-comunitaria-e-um-caminho-para-acabar-com-a-violencia
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