Nos bastidores da Polícia Militar

Reality show do AfroReggae sobre a rotina policial mostra o trabalho de dois sargentos combatendo o crime no Pará e no Rio de Janeiro.

Por Flávia Ribeiro para Infosurhoy.com 


       Sgt. Silvano (à esquerda) e Sgt. Dantas são os protagonistas de “Papo de Polícia 2”, um reality show sobre a rotina policial no Pará e no Rio de Janeiro. (Cortesia do AfroReggae)
Sgt. Silvano (à esquerda) e Sgt. Dantas são os protagonistas de “Papo de Polícia 2”, um reality show sobre a rotina policial no Pará e no Rio de Janeiro. (Cortesia do AfroReggae)
RIO DE JANEIRO, Brasil – Uma arma na mão e uma bíblia na outra. Assim vive o sargento da Polícia Militar do Pará, Silvano Oliveira, de 40 anos.
De manhã, ele carrega um fuzil e entra no Barreiro, uma das comunidades mais violentas da capital do Pará, Belém.
À noite, Silvano volta à mesma favela segurando uma bíblia, abre a Igreja do Evangelho Quadrangular Templo da Vitória e prega para os fiéis.
Mesmo quando o Sgt. Silvano vira o Pastor Silvano, ele não larga a pistola, que esconde sob o paletó, no bolso traseiro da calça.
“Há oito anos, pensei em abandonar a polícia”, diz Silvano, que faz parte da tropa de elite paraense, a Rotam (Ronda Tática Metropolitana). “Não entendia como poderia continuar a segurar uma arma e uma bíblia.”
O sargento decidiu continuar com a jornada dupla, mas trabalhava angustiado.
“Em 2009, fui chamado para fazer parte do grupo PMs de Cristo”, lembra. “Estudei, refleti e entendi que ser policial é também uma função sacerdotal.”
É assim, prendendo bandidos e pregando a palavra de Deus, que o sargento aparece no reality show brasileiro “Papo de Polícia 2”, que estreia em 12 de março, às 21h15m, no canal por assinatura Multishow.
O programa mostra o cotidiano de policiais em oito episódios, sete deles passados no estado do Pará e um na cidade do Rio de Janeiro.
A primeira temporada foi estrelada por um policial civil, Beto Chaves. Nesta segunda, Sgt. Silvano divide a cena com outro protagonista, Sgt. Sérgio Dantas, 44.
Na PM do Rio de Janeiro há 24 anos, Sgt. Dantas faz parte do Batalhão de Operações Policiais (Bope), grupo de elite que ganhou fama no cinema ao ser retratado nos filmes “Tropa de Elite” 1 e 2.


       O diretor estreante, José Júnior, entre os dois policiais protagonistas, Sgt. Silvano (à esquerda) e Sgt. Dantas.  “Não teve roteiro, não teve segredo. Nós saímos filmando tudo o que acontecia”, diz Júnior. (Cortesia do AfroReggae)

O diretor estreante, José Júnior, entre os dois policiais protagonistas, Sgt. Silvano (à esquerda) e Sgt. Dantas. “Não teve roteiro, não teve segredo. Nós saímos filmando tudo o que acontecia”, diz Júnior. (Cortesia do AfroReggae)
Nas horas vagas, ele é triatleta e maratonista.
Assim como Sgt. Silvano, Sgt. Dantas também teve dúvidas sobre a carreira policial.
“Numa operação no Morro do Cantagalo, na década de 90, eu estava na frente, quando um amigo pediu para trocar de lugar comigo. Ele argumentou que era mais velho e experiente, mas acabou sendo baleado. Tomou um tiro no meu lugar!”, lembra Sgt. Dantas. “Parei para pensar no que estava fazendo da minha vida. Mas, depois, vi que essa é a minha missão.”
INo último episódio, o único filmado no Rio, Sgt. Dantas sobe as ladeiras do Morro do Fallet, no bairro de Santa Teresa, região central da cidade, e enaltece as mudanças pelas quais aquela e outras comunidades vêm passando desde 2008, com a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

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