UPP: "O processo de pacificação não fica só na mão da polícia"

cel_robson_rodrigues_edit.jpgCoronel Robson Rodrigues

O relacionamento entre polícia e comunidade tem se transformado?


O que nós temos percebido são diferentes formas de as pessoas receberem a polícia porque nós temos diferentes realidades, diferentes demandas, diferentes históricos e diferentes comandos policiais.
Uns internalizam mais rapidamente do que outros. Então, o relacionamento entre a polícia e a comunidade vai depender da habilidade particular do policial, vai depender das estruturas e até da própria relação que existia entre os moradores de uma comunidade e o grupo que dominava o território.

Isso vai ter relação com o prazo de aproximação e com a forma como vai acontecendo o processo de pacificação. Esse processo não fica só na mão da polícia; ele depende de todos esses fatores que estão fora do controle da polícia. O interessante é que a gente possa mapear isso através de um olhar metodológico para oferecer como subsídio e o policial poder entender mais rapidamente e conseguir aplicar melhor nossas estratégias.

Cada vez que implantamos uma UPP, aprendemos um pouco mais e esse acúmulo vai servindo de subsídio para os próximos comandantes. Por exemplo, já escolhi o comandante que vai para a Mangueira, ele já está aqui comigo há um mês participando de todas as discussões, e eu vou incorporando todo esse aprendizado nos bate-papos com os nossos comandantes.


Uma pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), da Universidade Cândido Mendes, fala sobre a insatisfação dos policiais da UPP. O que pode ser feito nesse sentido?

Isso nos orienta. Nós já tínhamos essas hipóteses com nossas observações. E isso foi comprovado e quantificado com a pesquisa. Hoje nós entendemos claramente que há uma luta simbólica pela definição do fazer policial, do que é o fazer policial.

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