Internet revela nova geração de músicos


De Norte ao Sul do Brasil, artistas usam rede para divulgar trabalho.

Por Thiago Borges para Infosurhoy.com – 06/04/2012


    Direto do Pará, Gaby Amarantos difunde sua produção tecnobrega pela internet. Na foto, ela canta em um show em Belo Horizonte, Minas Gerais. (Cortesia de Gaby Amarantos)
Direto do Pará, Gaby Amarantos difunde sua produção tecnobrega pela internet. Na foto, ela canta em um show em Belo Horizonte, Minas Gerais. (Cortesia de Gaby Amarantos)
SÃO PAULO, Brasil – Seja qual for o ritmo, a nova música brasileira compartilha suas batidas massivamente na internet.
Sem contratos com grandes gravadoras, novos artistas usam a rede mundial de computadores para divulgar sua produção.
“O upload criou uma relação direta entre público e artista”, diz João Marcello Bôscoli, produtor e presidente da gravadora Trama. “Em um laptop, há mais tecnologia do que os Beatles jamais conheceram.”
Criada em 2002, a Trama lançou mais de 3.000 discos e revelou milhares de artistas, como Otto e Max de Castro.
Na rede social da gravadora, mais de 75.000 cantores e bandas liberaram o acesso a suas músicas. Caso se tornem conhecidos, poderão faturar fazendo shows pelo país e no exterior.
Essa escalada virtual começou entre 2002 e 2003, segundo Bôscoli. Mas, a partir de 2008, com o barateamento do acesso à banda larga, o compartilhamento gratuito da produção musical brasileira pela internet se acentuou radicalmente.


Som da Amazônia
Há 10 anos, Gaby Amarantos canta tecnobrega, um ritmo de letras melódicas, com influências indígena e caribenha, e batidas eletrônicas.

    “As pessoas deveriam aproveitar essa facilidade do nosso tempo para fazer a música em que acreditam”, opina Silva, que, com cinco músicas lançadas na web, chamou a atenção de gravadoras e já prepara seu primeiro álbum. (Cortesia de Silva)

“As pessoas deveriam aproveitar essa facilidade do nosso tempo para fazer a música em que acreditam”, opina Silva, que, com cinco músicas lançadas na web, chamou a atenção de gravadoras e já prepara seu primeiro álbum. (Cortesia de Silva)
Mas Gaby ganhou mesmo projeção com “Tô solteira”, releitura tropical do hit “Single Ladies”. Com a música, ela ganhou o apelido “Beyoncé do Pará”, seu estado de origem, na Região Norte.
“A internet foi o grande divisor de águas da minha carreira”, ressalta Gaby, que tem 100 músicas para download em seu site. “Quando percebi, comecei a fazer produtos para a internet.”
Lançado há três meses e acessado mais de 300.000 vezes, “Xirley” foi o primeiro clipe profissional de Gaby para a rede.
Recentemente, ela pediu aos seus 37.000 seguidores no Twitter que postassem as piores coisas que já fizeram na vida. As respostas serviram de inspiração para a música “Eu não vou pro céu”.
A popularidade de Gaby está tão em alta que, em fevereiro, a rede de TV britânica BBC esteve em Belém, capital do Pará, para gravar um show de Gaby. A artista também foi notícia nos sites dos jornais The Guardian, de Londres, e Los Angeles Times.
Em abril, Gaby lança o CD “Treme”, cuja faixa principal será tema de abertura da nova novela da TV Globo, “Cheias de Charme”.
“Estou com a agenda frenética”, diz ela, que faz de 10 a 12 apresentações por mês e prepara uma turnê internacional. “Com certeza, é um momento novo para a música no Brasil.”

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