O sonho é a pior
das cocaínas, porque é a mais natural de todas. Assim se insinua nos
hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se
querer, como um veneno dado. Não dói, não descora, não abate – mas a
alma que dele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do
seu veneno, que é ela mesma.
Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'
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