Nesta quinta-feira (10) praticantes da equoterapia do Centro
Interdisciplinar de Equoterapia (Ciec), da Polícia Militar do Pará, irão
participar das comemorações pelo Dia Nacional da Cavalaria.
O evento
vai acontecer a partir das 9h na Clínica Médico-veterinária da Polícia
Militar, localizada atrás do Estádio Olímpico do Pará e é realizado pelo
regimento da Polícia Montada da PM.
Os pacientes
atendidos pelo Ciec farão um desfile especial em homenagem ao cavalo,
elemento principal da equoterapia e ainda haverá a apresentação musical
de Reginaldo Santos, 30 anos, atendido pelo Centro há seis anos. “Faz
parte do nosso cronograma de trabalho os eventos comemorativos, eles são
muito importantes no processo de inclusão social, um dos pressupostos
do trabalho que realizamos”, explica o coronel Raiol, coordenador do
Ciec.
A equoterapia é uma prática recomendada a
pacientes que possuam pouca autonomia motora ou deficiências
comportamentais. O começo do tratamento envolve a família do praticante,
que deve se sentir seguro para montar no cavalo. No primeiro dia da
hipoterapia, que é o nome dado à primeira etapa do programa, são os pais
ou responsáveis que sobem no cavalo. Os principais profissionais
envolvidos são fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, que a
princípio estimulam a relação entre seres humanos e o animal. “Nosso
tratamento é multidisciplinar e complementar a outras atividades.
Atualmente 58% das pessoas atendidas estão na primeira fase de
tratamento, que é fundamental”, avalia Clóvis Loureiro, psicólogo do
Ciec.
Jadson Gaia dos Santos tem 12 anos, começou o
tratamento há três meses. Ele possui paralisia cerebral e seus pais já
percebem mudanças físicas e comportamentais no adolescente. “Desde que
ele começou está sentando melhor, está mais calmo, fica muito feliz
quando vem pro centro. A espera valeu a pena, eu sabia que os resultados
eram bons, mas ao ver estas melhoras em tão pouco tempo estou
convencido da eficácia”, comemora José Domingos Santos, pai de Jadson.
Orilene Alves é mãe de Diego, 22 anos, que aos sete meses de idade foi
diagnosticado com Síndrome de West (forma grave de epilepsia em
crianças) e autismo. Orilene conta que desde a descoberta destas
deficiências seu filho faz fisioterapia e acompanhamento psicológico,
mas foi na equoterapia que ela sentiu as maiores mudanças no quadro de
Diego. "Nestes seis anos de tratamento terapêutico a evolução do Diego
foi fenomenal, ele era uma pessoa agressiva, hoje não é mais, melhorou a
coordenação e ele que não conseguia se comunicar hoje consegue nos
mostrar o que quer através de sinais, usa nossos braços como ferramenta
para pegar o que quer”.
Outro ponto surpreendente
no tratamento de Diego foi o desenvolvimento emocional. Algumas formas
de autismo têm como sintoma o alheamento social. Segundo sua mãe ele era
muito arredio com pessoas estranhas e quase não demonstrava
afetividade. “Isso mudou muito quando ele passou a se relacionar com o
cavalo e com toda a equipe do centro. Os animais aqui são muito calmos e
todos são muito atenciosos. O Diego gosta muito do cavalo, a relação
entre eles é ótima, ele tinha muito medo no começo, mas hoje ele abraça,
beija, é incrível, o animal acalma meu filho”, explica Orilene.
Expansão
O tempo de espera para a equoterapia ainda é grande, mas a Polícia
Militar e o Governo do Estado já desenvolvem ações que pretendem mudar
esta realidade. O tratamento de equoterapia realizado no Pará é
referência na região Norte do país e o único a atender gratuitamente o
público. Atualmente a PM trata 120 pessoas nos centros de Belém e
Castanhal e pretende ampliar seus serviços, que envolve o trabalho de
mais de 30 profissionais. “Trabalhamos há mais de 20 anos com a
equoterapia no Pará, possuímos uma das equipes mais completas do Brasil.
Até o final deste ano devemos incluir mais um turno de equoterapia e
planejamos a compra de novos cavalos”.
A ampliação
do serviço terapêutico será levada também para o interior do Estado. O
coronel Raiol irá na próxima semana para Santarém para realizar as
reuniões preliminares de reinstalação do centro de tratamento no
município. A meta é que ao final de 2012 ele já esteja funcionando.
“Estou a caminho de Santarém, o centro de lá deverá ser reaberto até o
final deste ano. Ainda temos um projeto de implantar mais dois até o
final de 2013, em Marabá e Tucuruí. O Governo do Estado apóia
diretamente nosso trabalho, já estamos em contato com a Casa Civil para
realizar estas mudanças e desta forma oferecer a equoterapia para mais
pessoas”, afirma Coronel Raiol.
Texto:
Julia Garcia - Secom
É dos cartões de visita da PMPA, mas necessita de investimentoe visibilidade.Interesse de quem pode ajudar a PMPA e as crianças que precisam dessa força.Eledilson Oliveira
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