Por Gerson Nogueira
Pelo segundo ano consecutivo, o interior supera a capital e leva o título de campeão estadual. Como o Independente Tucuruí em 2011, o Cametá conquista a condição de melhor time do Pará. O empate diante do Remo – e de seus 30 mil torcedores – coroa a melhor campanha no primeiro turno e a atuação quase perfeita na decisão de 180 minutos.
Como escrevi ontem, o Cametá contrariou todos os prognósticos para chegar à final. Modesto, sem dinheiro ou grandes padrinhos, o time lançou um técnico semi-iniciante, Cacaio, e juntou uma legião de renegados para chegar ao topo. No elenco campeão, quase todos passaram pelos grandes da capital, com maior ou menor destaque.
Como escrevi ontem, o Cametá contrariou todos os prognósticos para chegar à final. Modesto, sem dinheiro ou grandes padrinhos, o time lançou um técnico semi-iniciante, Cacaio, e juntou uma legião de renegados para chegar ao topo. No elenco campeão, quase todos passaram pelos grandes da capital, com maior ou menor destaque.

Ratinho, Soares, Gil Cametá, Evandro, Ricardo Capanema, Garrinchinha, Marcelo Maciel, Jailson, Paulo de Tarso. Podem não servir mais para a dupla Re-Pa, mas provaram que ainda servem para times emergentes.
Aliás, na empolgante reação nos instantes finais da final, foram enjeitados como Soares, Garrinchinha – que chegou a ficar mais de um ano longe dos gramados, lutando contra um problema crônico nos joelhos – e Marcelo Maciel que fizeram a diferença.
O Remo teve posse de bola, campo e relativa tranqüilidade para jogar durante quase 90 minutos. É verdade que pouco fez com esse domínio no primeiro tempo, muito em função da ausência de ligação no meio-de-campo.
Betinho, encarregado da tarefa, foi de novo figura apagada. Apareceu mais pela lentidão e os seguidos erros de passe. Pior que ele foi o lateral-direito Cássio, que irritou tanto a torcida quanto os companheiros. Na descida para os vestiários, no fim do primeiro tempo, foi chamado às falas por Fábio Oliveira e quase brigaram.
Na etapa final, com Aldivan substituindo Cássio e Joãozinho a Cassiano, o time mostrou outra atitude. Passou a atuar de forma mais compacta e a explorar o ataque pelo lado direito, pressionando a zaga cametaense, que tinha sido pouco exigida na etapa inicial.
Depois da expulsão de Capanema, veio o gol de Juan Sosa escorando cobrança de falta. Era cedo, mas ficou a impressão de que o Remo chegaria com facilidade a 2 a 0, placar que lhe daria o título. Se já estava recuado, com um homem a menos o Cametá se encolheu mais ainda e atraiu os remistas para seu campo.
Joãozinho perdeu duas chances seguidas, Fábio Oliveira outra, mas, aos 16 minutos, em boa jogada de Joãozinho, o gol saiu. Em meio à explosão da torcida nas arquibancadas, Flávio Lopes fez a última modificação. Tirou Marciano, cansado, e botou Jaime.
Sinomar Naves, que havia deixado seu time administrar a vantagem nos primeiros 45 minutos, viu-se obrigado a ir à frente. Botou Garrinchinha e Marcelo Maciel em campo, passando a pressionar o Remo, que, mesmo assim, continuou a desfrutar de boas chances.
Veio, então, a expulsão de Fábio Oliveira – que levou o primeiro cartão na comemoração do gol – e um inesperado apagão na meia-cancha. Ratinho, que estava sumido, aproximou-se de Garrinchinha e Soares cresceu, recebendo sempre os rebotes na entrada da área.
Quando Garrinchinha empatou, escorando cruzamento perfeito de Maciel, a torcida calou, mas ainda havia a esperança na cobrança de penalidades. Cinco minutos depois, porém, uma falta na entrada da área deu a Soares a oportunidade de acertar sua primeira cobrança na decisão. A bola, de curva, foi no ângulo esquerdo de Adriano, sem chances.
A massa silenciou e a animada torcida cametaense tomou conta do Mangueirão, como se tivesse se multiplicado. Nova festa interiorana na capital. Agora não é mais novidade, já está virando rotina.

Algumas perguntas que o técnico Flávio Lopes deveria responder. Será que Edu Chiquita está tal mal física e tecnicamente que não conseguiria ser mais produtivo que o jovem Betinho? Com 2 a 0 no placar, título quase garantido, por que o Remo insistiu em ir à frente alopradamente, cedendo o contragolpe para o Cametá?
Do outro lado, Sinomar Naves comportou-se com fleuma britânica. Sereno, evitou responder aos críticos de sua desastrada passagem pelo Remo no primeiro turno e nem assumiu como sua a conquista que, em grande parte, deve ser atribuída a Cacaio, que levou o time à conquista do primeiro turno. (Fotos: NEY MARCONDES/Bola)
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 14)
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