Governo anuncia construção de Unidade Pro Paz em Jacareacanga

Rodolfo Oliveira/Ag. Pará
As lideranças indígenas apresentaram à comitiva do governo várias reivindicações, algumas de competência do governo federal

A construção de uma Unidade Integrada Pro Paz, composta por policiais civis e militares, o aumento do efetivo da PM e total apoio na apuração do assassinato do índio Leo Akay Munduruku são algumas das ações que o governo do Estado fará em Jacareacanga, a fim de restabelecer a ordem e a segurança na sede do município, no sudoeste do Pará. As ações foram garantidas pelo secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Luiz Fernandes Rocha, nesta sexta-feira (06), em reunião com lideranças da etnia Munduruku e outras autoridades do Sistema de Segurança Pública do Pará. Segundo o secretário, a construção da Unidade Pro Paz deverá começar dentro de 15 dias, com a presença da coordenadora do programa, Izabela Jatene. 
Além de aumentar o efetivo da Polícia Militar, o secretário disse que também será trocada a guarnição no município. Ele garantiu, ainda, "o apoio necessário para que possam constituir uma comissão para conversar com o governador Simão Jatene, em Belém, além de acelerar os casos que estão parados e intensificar as investigações para instruir o processo referente ao homicídio do indígena Leo Munduruku, com o devido encaminhamento ao Poder Judiciário”. Luiz Fernandes Rocha ressaltou “que não adianta destruir prédios públicos, porque desta maneira quem ganha são os bandidos, e não a população".
A comitiva do governo do Estado, tendo à frente o titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), foi recebida por cerca de 1.600 pessoas, entre indígenas e moradores da sede de Jacareacanga, no início da tarde desta sexta-feira. O encontro entre o secretário e as lideranças Munduruku aconteceu na Praça Cristina Ribeiro. Luiz Fernandes Rocha e as demais autoridades seguiram até o coreto da praça, ladeados pelos índios. Em seguida, as lideranças se apresentaram ao secretário e informaram as reivindicações, já enviadas ao governo federal.
Segundo o líder Munduruku, Waldeliro Manuari, a revolta dos índios, que resultou na destruição do destacamento da Polícia Militar na sede de Jacareacanga, na madrugada de segunda-feira (2), "fez com que solicitássemos a presença do governador Simão Jatene e do juiz que julgará a sentença do assassino do nosso parente, Leo Akay Munduruku. Acreditamos que o secretário vai atender nossas reivindicações. Ficamos tristes porque algumas imprensas (veículos de comunicação) mentiram sobre nossas ações no município. Uns disseram que estávamos planejando saquear bancos e o comércio local, e ainda que estávamos maltratando as autoridades. Tudo isso é mentira!", disse Waldeliro.
O secretário Luiz Fernandes Rocha recebeu as reivindicações, conforme havia sido acordado com as lideranças locais. Dos diversos itens apresentados, alguns são de competência do Poder Judiciário, e outros da esfera federal. Segundo o secretário, o que diz respeito ao Executivo, o governo se compromete a atender. Os indígenas pediram a construção imediata de uma delegacia na cidade, mas o secretário informou que o governo já decidira pela construção da Unidade Pro Paz, que além do efetivo policial oferece à população ações nas áreas de educação e cidadania.

Da Redação
Agência Pará de Notícias


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