Coronel Paulo Henrique Sperb assumiu cargo no Vale do Sinos
Marcos Jorge/Da Redação
Novo Hamburgo - Natural da Serra gaúcha, aos 55 anos, 32 de atuação na Brigada Militar, o coronel Paulo Henrique Sperb retornou a Novo Hamburgo, nesta semana, e assumiu na sexta-feira o Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO) do Vale do Sinos. A posse veio acompanhada de mudanças, no comando de dois dos três batalhões, e de novas propostas para o enfrentamento à criminalidade em uma das regiões mais violentas do Estado.
Segundo ele, a ofensiva está embasada na intensificação do trabalho do serviço de inteligência da BM, em ações da nova política de polícia comunitária e união entre as corporações. A primeira ação do novo comandante foi orquestrada, dias antes de sua chegada, com o remanejamento de quatro majores para compor e fortalecer o Estado Maior. Entre 2009 e 2010, Sperb chefiou por nove meses o 32.º Batalhão de Polícia Militar de Sapiranga. Em seguida, chefiou o CRPO/VS, onde ficou até janeiro de 2011. Assumiu a mesma função no CRPO da Serra, onde foi promovido ao grau máximo da carreira em dezembro passado.
O momento da Brigada é de mudanças. Como ex-chefe do Gabinete do comandante geral como justifica isso? É mudança política?
Paulo Henrique Sperb - Foram promovidos nove coronéis e a Brigada Militar tem função privativa de coronéis nos comandos regionais. Como tínhamos vários interinos nos CRPOs as lacunas foram supridas. Não é decisão política.
Sabe que o Vale do Sinos é uma das regiões mais violentas do Estado?
Sperb - Já estive aqui como chefe do Estado Maior e também já comandei o 32.º Batalhão de Polícia Militar de Sapiranga e conheço a região.
Que tipo de trabalho pretende realizar?
Sperb - O foco é o policiamento comunitário, voltado ao cidadão, enfatizando o território da paz, que como sabemos já está implantado no Santo Afonso, e pretendemos buscar para o bairro Canudos.
O crime aqui é muito bem articulado. Como pretende penetrar nas vilas de Novo Hamburgo e São Leopoldo?
Sperb - Para entrar nos bairros vamos agir com a polícia comunitária. Reforçar o serviço de inteligência que é responsável por coletar as informações.
Você fala em polícia comunitária, como é isso na prática?
Sperb - Faremos levantamento nos bairros, prepararemos o efetivo, vamos fazer curso com lideranças comunitárias. A ideia é de que um PM more no bairro onde atua em um acordo com o Executivo. Ele troca informações com moradores daquele bairro e resolve pequenos conflitos. Este homem tem que estar preparado e com poder delegado atuando com o auxílio dos moradores. Todos participam.
A sua chegada representa mudanças também no comando de batalhões e no quadro do Estado Maior? Por que isso é necessário?
Sperb - É doutrinário. É preciso ajustar o quadro da organização. O quadro estava defasado. Houve novas promoções e precisávamos preencher os cargos. Agora a região está fortalecida em relação ao seu quadro. Usando a força política vamos buscar mais agentes, o máximo possível.
A sua chegada coincide com o sucesso da Companhia de Operações Especiais. Pretende mantê-la?
Sperb - Será mantida com correções de trabalho. Vamos manter o enfrentamento em toda a área de acordo com a demanda.
E o uso da tecnologia?
Sperb - Em breve teremos GPS em todas as viaturas da região e vamos tentar monitorar o crime de forma centralizada por cidade com o uso das câmeras de vigilância.
Na sua ótica é possível fazer segurança integrada?
Sperb - A gente precisa integrar os órgãos de segurança. Tecnicamente BM e Civil, Guarda Municipal e inclusive Polícia Rodoviária, que cuida dos acessos das cidades, têm que estar integradas. Acho que com o GGI (Gabinete de Gestão Integrada) isso pode funcionar.
Como será feito esse fortalecimento?
Sperb - Estamos trazendo quatro majores para assessorar o trabalho do Estado Maior com quatro oficiais superiores que conhecem as atividades. Eduardo Pithan, Glademir Otero, Rogério Pereira Martins e João Ailton Iaruchewski serão responsáveis pelas seções de Pessoal, Informações, Operações e Treinamento e Logística e Patrimônio.
Poderemos ver algumas novidades por aqui?
Sperb - São Leopoldo terá um esquadrão de polícia montada a médio prazo (aproximadamente um ano). Em seguida poderá ser Novo Hamburgo e Sapiranga.
Novo Hamburgo e São Leopoldo, essas duas cidades principalmente, são rotas de muitas quadrilhas especializadas. Como será feito o enfrentamento?
Sperb - Vamos atuar efetivamente com os POEs (Pelotões de Operações Especiais).
O que será visto nesta gestão?
Sperb - Inteligência e policiamento comunitário. Combate a crimes de maior potencial ofensivo, entre eles o homicídio, roubos e tráfico de entorpecentes.
Além de chefiar o gabinete do comandante geral, o senhor teve uma breve passagem pelo CRPO Vale do Sinos e de Caxias, mas qual a sua experiência mais difícil?
Sperb - Foi chefiar o 1º Batalhão da Área de Fronteira em Uruguaiana, onde o índice de criminalidade é alto. É uma área extensa que faz divisa com o território argentino e uruguaio.
Estado maior
Antes de retornar à região, Sperb foi indicado pelo comandante geral da Brigada Militar, coronel Sérgio Abreu, a ser seu chefe de gabinete em Porto Alegre. Ele permaneceu no cargo até sexta-feira. Considerado a base do comando e das decisões estratégicas de combate ao crime, o Estado Maior da gestão de Sperb já está formado e com oficiais de maior patente da região. Na chefia, está nomeado o ex-comandante interino do CRPO, tenente-coronel Carlos Armindo Marques, que criou a Companhia de Operações Especiais (COE).
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