Foi durante a equoterapia, método
terapêutico que usa o cavalo em uma abordagem interdisciplinar, que o
jovem Bruno Lins, 28 anos, descobriu o prazer no esporte. Portador de
paralisia cerebral, ele foi desacreditado pelos médicos quando nasceu.
Até os 10 anos o jovem não andava e não falava, mas o atletismo lhe
mostrou um novo rumo. O esforço para vencer as limitações motoras e a
dedicação diária aos treinos lhe renderam várias premiações, algumas
delas nacionais.
Assim como ele, dezenas de jovens
portadores de necessidades especiais buscam no esporte uma forma de
inclusão social e superação. Bruno Lins hoje é velocista paralímpico
com destaque no cenário brasileiro da modalidade, disputando provas de
atletismo de 100, 200 e 400 metros. A vitória do amigo Alan Fontelles,
medalhista de ouro nas Paralimpíadas de Londres, trouxe à tona um sonho
de infância.
“O maior sonho de um atleta é chegar a
uma olimpíada. Não sou diferente, esse é o meu maior sonho também. A
vitória do Alan é um orgulho para todos nós e uma superação de vida,
graças a Deus e a nossa treinadora”, diz, referindo-se a Suzete
Montalvão, professora de alunos especiais do Núcleo Pro Paz no
Mangueirão.
Inclusão - Ela conta
que, assim como os demais jovens que chegam aos núcleos Pro Paz, os
portadores de deficiência também buscam inclusão social, porém, no caso
deles, é preciso muita dedicação em função dos problemas motores,
visuais e auditivos. A primeira etapa para inserir o esporte como
terapia na rotina desses jovens é despertar neles o interesse pela
prática esportiva.
“A família tem papel
determinante nessa fase, pois é responsável em trazê-los para o núcleo.
Muitos desses jovens nunca se imaginaram correndo, disputando uma
competição. É preciso apoio dos familiares e dedicação para superar as
limitações”, explica a professora.
Alan Fonteles,
19 anos, medalhista paralímpico em Londres, começou no esporte aos 7
anos, treinado por Suzete Montalvão. Segundo ela, durante a iniciação e a
adaptação desses jovens no esporte, alguns apresentam melhor desempenho
e são direcionados de acordo com a vocação. “Quando a gente percebe que
o jovem tem uma potencialidade, ele é direcionado para um treinamento
mais especifico de acordo com as aptidões”, ressalta Suzete.
Mesmo que não se tornem atletas de renome, esses jovens melhoram a vida
com o esporte, principalmente no que diz respeito à saúde e autoestima.
A coordenação motora foi um dos benefícios alcançados pelo também
atleta Danyson Melo de Oliveira, 18 anos, que há cinco anos se
dedica ao atletismo e hoje é uma das promessas do esporte paralímpico
paraense, como destaque em competições estaduais.
“Quando o Danyson chegou aqui, ele nunca terminava o treino na mesma
faixa. Durante esse tempo, houve uma evolução grandiosa no seu
desempenho como atleta. Ele, assim como o Bruno e o próprio Alan,
confirma que o nosso trabalho está dando certo, no sentido de contribuir
para a melhora de vida deles em todos os sentidos”, conclui a
professora.
Danielle Ferreira - Secom
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