Somente
neste mês de fevereiro, que ainda nem terminou, o município de Portel,
localizado no extremo leste do arquipélago do Marajó, já contabiliza dez
homicídios. A situação de insegurança é tanta que o prefeito Paulo
Ferreira (PP) passou a semana na capital, pedindo socorro ao Estado para
tentar minimizar o problema. Com uma população de cerca de 55 mil
habitantes, 25 mil quilômetros quadrados e um orçamento de apenas R$ 8
milhões mensais, maior parte das transferências federais, Portel,
segundo o novo prefeito define, está em situação de calamidade em
relação à falta de segurança.
Paulo Ferreira afirma que a maior parte da
infraestrutura para os poucos agentes de segurança pública que atuam no
município é bancada pela prefeitura. Ele assegura que há apenas oito
policiais militares atuando em toda área urbana e rural de Portel. Além
disso, a sede da delegacia de polícia civil está desativada para
reforma, cuja obra está paralisada, segundo o gestor municipal. Conta
ainda, que o município banca o custo de servente, escrivão e office-boy
que trabalham para a delegacia de polícia improvisada e também que
apenas dois investigadores fazem o trabalho em todo o município.
Assim como ocorre em todas as regiões do
Estado e do País, o tráfico de drogas se alastra por Portel e toda
região marajoara, além da exploração sexual de jovens, crianças e
adolescentes, e mais o crescimento da pirataria nos rios da região. “A
situação é alarmante, precisamos de ajuda para reagir”, enfatiza o
prefeito.
Paulo Ferreira se reuniu esta semana com o
secretário estadual de Segurança Pública, Luiz Fernandes Rocha,
reivindicando o aumento do contingente policial, de veículos e
equipamentos para o município e a conclusão da obra da delegacia de
polícia. Ele também recorreu à presidente do Tribunal de Justiça do
Estado, Najda Nascimento, requerendo ajuda para combater o subregistro
de crianças do município. Aproveitou também para solicitar ajuda
financeira à Casa Civil do Estado. “Temos que buscar alternativa para
melhorar o município. Antes dependíamos quase exclusivamente da
exploração da madeira, mas estamos tentando outras alternativas para a
economia local”, explicou Paulo Ferreira. Ele assegurou que recebeu
garantias dos dirigentes estaduais de que receberá ajuda.
Através da assessoria de imprensa, a Segup
afirmou que já em março enviará ao município de Portel uma lancha para a
polícia utilizar no monitoramento dos rios locais. Além da embarcação
serão enviadas duas motocicletas para o trabalho policial na sede da
cidade e zona rural. Quanto ao aumento do efetivo policial, foi
informado que os gestores das polícias Civil e Militar estão analisando o
pedido do prefeito.
(Diário do Pará)
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