Encontro discute rumos do projeto “Vida no Trânsito” no Estado

Agência Pará de Notícias
Representantes de órgãos públicos das áreas de Saúde, Segurança Pública, Justiça e Sociedade Civil, além do Ministério da Saúde, estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira, 12, na Associação dos Municípios do Araguaia-Tocantins e Carajás (Amat), em Belém, para alinhar o que já foi encaminhado e pactuado nos projetos “Vida no Trânsito” e “Década pela Segurança Viária 2011-2020”, lançados em novembro de 2012 com um objetivo comum: reduzir a ocorrência de acidentes e mortes no trânsito no Estado, que vêm impactando de forma negativa a previdência social e os custos de internação que poderiam ser evitadas.
A reunião teve um foco prático, que foi de agregar todas as pactuações a fim de serem apresentadas ao prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, ainda nesta sexta-feira, com o objetivo de sensibilizá-lo para a criação de um projeto de Lei, ainda a ser sancionado pela Câmara Municipal da capital, que obrigue todos os mobiliários urbanos, como pontos de táxi e abrigos de ônibus, a terem mensagens educativas em favor de boas práticas e da humanização do trânsito.
No Pará, as discussões em torno do projeto “Vida no Trânsito” tem sido desenvolvidas de forma integrada pelos seguintes órgãos: Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Autarquia de Mobilidade Urbana de Belém (Amub), Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb), Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) e Universidade do Estado do Pará, além de representantes das Prefeituras de Belém, Ananindeua, Marituba e Benevides.
O secretário de Estado de Saúde, Helio Franco, afirma que já foi dito e reafirmado que os gastos de internação com motociclistas, cuja diária passa de R$ 1.500, beiram a totalidade das UTI’s disponíveis nos hospitais que são referências em traumatologia, como o Metropolitano, em Ananindeua. “Em Altamira, por exemplo, 80% dos pacientes internados no hospital regional são vítimas de acidentes de trânsito. Em Santarém, foram criadas mais 20 vagas para UTI para desafogar essa situação. Enquanto isso, os pacientes que precisam fazer cirurgias eletivas ficam esperando. Trata-se de um fenômeno geral e o Ministério Público precisa ser mais enérgico a fim de também conscientizar a sociedade sobre esse problema”, ressaltou.
O arquiteto e cicloativista Murilo Rodrigues, do Bicicletada, uma das organizações que representa os ciclistas do Pará, afirmou que tem todo o interesse em colaborar com sugestões para a melhoria do trânsito, mas que os projetos precisam olhar mais para o público que anda de bicicleta. “Claro que não se pode construir ciclovias em todas as partes das cidades, mas não abrimos mão de reforçar o alerta sobre a sinalização que oriente os motoristas onde é a ciclofaixa, justamente para evitar o que aconteceu há cerca de 15 dias, quando um ciclista foi morto por um ônibus na Doca de Souza Franco”, exemplifica.
Participaram ainda da reunião os consultores da área técnica de Vigilância e Prevenção de Violência e Acidentes do Ministério da Saúde, Luís Otávio Miranda e Sheila Lima, que sugeriram aos participantes do projeto a elaboração de um Manual de Sistema de Gestão de Coleta e Tratamento de Dados de Acidentes de Trânsito, que já foi feito pelo município de Palmas, em Tocantins, e que poderia ser adotado a partir de Belém, obedecidas as características locais.
Para Luís Otávio, existe a expectativa de que as ações integradas entre os órgãos atuantes levem em conta a Nova Resolução da Lei Seca, que se mostra essencial para a melhoria desses resultados em favor da redução dos acidentes e mais punição aos motoristas que desobedecem as regras.
Texto:
Mozart Lira - Sespa

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