“A violência intensa e continuada tende a
difundir na população uma sensação de desproteção e fragilidade, com
crescente descrédito na capacidade do estado em controlar a
criminalidade.
A atitude decorrente é considerar anacrônica, ingênua e
inoportuna a invocação de direitos - principalmente dos ‘bandidos’ - e a
clamar por mais medidas coercitivas do estado. Essa situação favorece
discursos e políticas populistas de ênfase a instrumentos e ações
repressivas para conter a violência, e costumam encontrar entusiasmada
repercussão em áreas influentes do aparato policial que veem na
repressão a principal arma preventiva.
Nessas condições, quando se
declara a ‘guerra contra o crime’ o estado passa a ser mais um
fornecedor de violência, ao invés de controlá-la”
(José Vicente da Silva Filho)
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