'Manifestação divina', diz sambista Dominguinhos sobre o Círio


Dominguinhos do Estácio Belém (Foto: Natália Mello/G1)
Dominguinhos do Estácio exibe a camisa de Nossa
Senhora que ganhou em Belém
(Foto: Natália Mello/G1)

Dominguinhos do Estácio fala da sua relação de fé com a Virgem Maria.
Cantor e compositor é devoto de Nossa Senhora há quase 30 anos.

O cantor e compositor de samba carioca, Dominguinhos do Estácio, está em Belém neste domingo (13) para acompanhar mais uma edição do Círio de Nazaré, tradição de religiosidade da população do Pará após 221 anos, desde que saiu a primeira procissão. Aos 71 anos, o artista conta sobre o início da sua devoção à Virgem Maria.
"Eu sou devoto há quase 30 anos. Antes dela, não tinha muita noção do que eu queria de religião, o que seguir. No Rio de Janeiro tem de tudo, muitas pessoas de outros estados, costumes diferentes. Um amigo meu de lá que veio jogar no Paysandu em 1981 me trouxe para cantar na escola de samba Rancho Não Posso Me Amofiná. Aí, convivendo com o povo paraense, senti a religiosidade deles e participei do Círio pela primeira vez uns dois anos depois. É uma manifestação divina. Foi ali que eu escolhi minha religião, e aí eu era mais um apaixonado", revela o sambista.
Durante a entrevista ao G1, Dominguinhos lembra que a vontade de estar perto de Nossa Senhora e ser abençoado pela santinha o trouxe ao Pará novamente para realização do seu casamento. "Eu vim para cá para casar na Basílica de Nazaré, minha esposa também é carioca e veio de lá para casar comigo aqui. Mais 16 pessoas vieram no avião para o meu casamento. A minha filha de 14 anos, Livian Nazaré, vem desde bebê. Esse foi o primeiro que não veio. Desde que eu sou devoto, tudo meu passou a ser de Nazaré. Já tive muitos problemas de saúde e ela sempre esteve do meu lado. Só de ver as imagens me emociono. Enquanto eu tiver saúde, eu venho".
Padrinho e cantor do Auto do Círio, uma das programações que antecedem a maior romaria, Dominguinhos do Estácio afirma que sempre foi muito bem recebido pelo povo paraense. "Ah, eu já sou 'parioca', né? Como dizem. Aqui o povo trata a gente com carinho. Eu gosto muito do Pará. Depois do Círio, a minha vida sempre muda. Fui campeão cinco vezes do carnaval do Rio de Janeiro". Para tanto sucesso, o sambista revela o segredo. "Antes de cantar na Sapucaí, eu converso com ela, peço proteção".
Dominguinhos acompanhou a procissão do Círio até 1998, depois de ser submetido a uma cirurgia vascular. "Eu tinha 20 dias de operado, mas fui no Círio e não senti nada. Saí caminhando e quando vi estava chegando na Basílica. A minha adoração por ela aconteceu, mas cada vez foi crescendo mais em virtude das coisas acontecendo na minha vida. É inexplicável, eu duvido que alguém responda essa pergunta. Fica no ar. Você sabe que existe alguma coisa, mas não é palpável e é um sentimento muito particular entre o devoto e ela. Eu fui tocado".

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