Repórter da Agência Brasil
Brasília - Morreu hoje (2), aos 53 anos, o governador de Sergipe,
Marcelo Déda. Vítima de um câncer gastrointestinal, o governador foi
internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no dia 27 de maio, com dificuldades para se alimentar. Casado duas vezes, o governador deixa cinco filhos.
Advogado formado pela Universidade Federal de Sergipe, o político estava no segundo mandato. No seu lugar assumirá o vice-governador, Jackson Barreto, do PMDB.
Natural do município de Simão Dias, Déda milita na política desde a
década de 70, nos movimentos secundaristas, quando conheceu o então
dirigente sindical Luiz Inácio Lula da Silva. Militante do PT, no início dos anos 1980, Marcelo Déda foi fundamental na consolidação da legenda no estado.
Em 1985, o PT decidiu lançar o nome de Déda para concorrer às
eleições municipais de Aracaju, com o objetivo de se firmar como um
partido nacional. Na época, com 25 anos e sem recursos para a campanha, o
candidato fez todos os programas eleitorais gratuitos de televisão ao vivo e apenas com a bandeira do partido na parede do cenário, montado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
“A lei me facultava fazer ao vivo, então eu ia cru, pregava uma
bandeira com durex e estava pronto o cenário do ‘ao vivo’. Aquilo que
era uma desvantagem virou uma vantagem porque me transformei no âncora
do programa eleitoral”, relatou o governador de Sergipe em sua página oficial na internet.
Na eleição municipal, mesmo com recursos para a confecção de 5 mil
cartazes, Déda ficou em segundo lugar com quase 19 mil votos. Logo em
seguida foi eleito deputado federal por Sergipe.
Um ano depois, ele foi eleito deputado estadual com mais de 32 mil
votos. O revés eleitoral ocorreu em 1990, quando tentou se reeleger para
uma das cadeiras da Assembleia Legislativa. Acusado de ter priorizado
as atividades legislativas em detrimento dos movimentos sociais, Marcelo Déda obteve 10% dos 33 mil votos que o elegeram em 1986.
Em 1994, foi eleito para a Câmara dos Deputados e, em 2000,
conquistou o primeiro mandato de prefeito de Aracaju referendado por
52,8% dos votos válidos. Reeleito em 2004, Déda começou a consolidar a
trajetória política para a candidatura ao governo de Sergipe.
Em 2006, deixou a prefeitura de Aracaju para se candidatar ao
comando do estado. Eleito em primeiro turno com 52% dos votos, Déda
investiu em infraestrutura no interior do estado.
Em entrevista à Agência Brasil, durante a campanha à
reeleição, Marcelo Déda disse que o foco de seu governo no segundo
mandato – 2010 a 2014 – seria o combate à violência, o aprofundamento
das políticas sociais e a continuidade das obras de infraestrutura iniciadas em 2006.
Edição: Talita Cavalcante//Matéria alterada às 9h23 para
corrigir informação. Diferentemente do que o texto informava, o
governador Marcelo Déda deixa cinco filhos.
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